O Marcos estava a cumprimentar a minha mãe. Ele estava com umas calças de ganga escura, uma T-shirt branca e um blazer por cima. Estava mesmo lindo e super elegante...o que me deixou completamente derretida.
Aproximei-me dele e, graças aos meus saltos que se ouvem a bom som, o Marcos olhou para mim antes que pudesse surpreende-lo com a minha chegada.
- Buenas noches - disse-lhe. Apesar de ter falado com ele à cinco minutos atrás, parecia que ainda não o tinha visto hoje...e vi, foi da parte da manha, mas vi.
- Vou ter com o teu pai - querida mãe...como é que sabias que eu queria ficar com ele sozinha? Ela lá foi e fiquei apenas com o Marcos que não dizia nada, apenas olhava para mim.
- Passa-se alguma coisa? - perguntei.
- Não, não...mas tu estás linda...
- É demasiado eu sei, mas foi o que me apeteceu vestir.
- Não, não...estás realmente linda - ele aproximou-se de mim...pois um beijo, não aqui.
- Vamos até ao escritório...precisamos de falar e eu não quero que o meu pai apareça aí.
- Agora pergunto eu: passa-se alguma coisa?
- Acho que não, mas vá...anda lá - peguei na mão dele e levei-o até ao escritório do meu pai. Aquilo mais parece um museu...é molduras com coisas da carreira dele por todo o lado, troféus e mais medalhas...não sei como é que ele consegue ir todos os sábados limpar aquilo, mas pronto.
- Bem...que máximo - comentou o Marcos.
- Ai de ti que um dia enchas uma divisão da nossa casa com coisas assim!
Mas...? O que é que eu acabei de dizer?! Às vezes saem-me umas que eu nem sei se as disse em voz alta, se as disse no pensamento, mas a julgar pela cara do Marcos eu disse-a em voz alta.
Não sabia bem se ele estava surpreendido, feliz ou a achar-me uma palhaça...quem te manda a ti abrir a boca e despejar assim palavras que implicam...um futuro?
- Mas...se eu encher uma divisão da nossa casa com coisas destas é bom para mim...e para nós - ele disse aquilo...como que aliviado e simplesmente se precipitou na minha direcção para me abraçar.
- Marcos...eu disse aquilo sem pensar.
- Eu sei, eu sei... - ele olhou para mim, colocando as suas mãos no meu pescoço - mas é quando não pensas, quando não tens aquelas dúvidas, aqueles medos e aquelas preocupações que pensas no nós. No nosso futuro enquanto os dois juntos e mais ninguém...só nós.
Sim...é essa a verdade, eu quando estou mais solta (o que acontece sempre com o Marcos) tenho a tendência de não pensar em mais nada...e é o que me saiu: um pensamento do que eu quero que aconteça mas que não sei quando é que irá acontecer.
- Marcos... - teria de lhe dizer alguma coisa...só ainda nem sei é o que...fiquei um bocado à nora e os tremeliques apareceram.
- Não precisas de estar nervosa. Só estamos aqui os dois.
- Sabes que para mim não é fácil falar as coisas como tu falas...e já sabes o porque...desde o que me aconteceu que me fecho um bocado, mas eu quero dizer-te qualquer coisa...eu tenho tudo na cabeça e no coração...exteriorizar é que é mais complicado.
- Eu sei disso princesa, mas se não quiseres não é preciso dizeres nada. A seu tempo irás conseguir...
- Não...só preciso que não olhes para mim...pode ser?
- Se o fizesses nos meus olhos seria melhor...
- Pois tens razão...mas não me interrompas.
- Claro que não.
- Então: durante os meus 19 anos de existência só tive uma relação mais séria. Acabou à um ano e com os acontecimentos neste espaço de tempo eu nunca pensei em apaixonar-me outra vez. Até...teres ido entregar a pasta ao meu pai...naquele instante, Marcos, eu senti uma atracção por ti mas estava a pensar naquela de que ia aproveitar para ser uma cena sem rótulos e apenas divertir-me...só que hoje, cinco dias depois de te conhecer, eu nem sei o que sinto por ti...nunca me senti assim - estava a ser sincera no que digo e a falar com as emoções todas à flor da pele...é mexer em coisas que mexem imenso comigo - dás-me confiança mesmo estando eu a sentir-me diferente, fazes com que eu sorria quando não tenho essa vontade, o meu coração fica quentinho quando estás por perto, tenho uma necessidade de estar contigo constantemente...mas eu tenho medo Marcos.
- Posso?
- Queres falar?
- Sim.
- Fala...
- Acredito em todas as coisas que estás a dizer porque eu também nunca senti nada assim por nenhuma rapariga...tive as minhas relações em que pensei que fosse mesmo amor, mas tu é que me mostraste a definição dessa palavra. É contigo que eu vejo o que é o amor...mas não precisas de ter medo. Não quero que tenhas medo por sentir uma coisa tão bonita como a nossa.
- Não é em relação a isso...eu tenho medo de me apegar demasiado a ti...de ser dependente de ti, eu quero fazer as minhas coisas sem estar a pensar sempre em ti...eu acho que estou a ficar paranóica porque eu penso eu ti todos os minutos e segundos de uma hora.
- E é por isso que tens medo?
- É...nunca me senti assim e tenho medo disto.
- Então vamos os dois para o manicómio por sermos os dois completamente apaixonados um pelo outro?
- Mas...tu não tens medo?
- Tenho. É claro que tenho. Estamos os dois em situações delicadas. Tu pelas tuas razões e eu por tentar respeitar o teu espaço ao máximo e nem sei se o faço bem ou não.
- Fazes.
- Então não tenho de ter medo de mais nada...o que acontecer será entre nós...se der para o lado errado, o que eu não quero que aconteça, só temos de saber lidar com as coisas. Eu não quero estar longe de ti...pelo contrário.
- Eu também quero estar mais contigo...ainda temos tanto para conhecer um sobre o outro.
- Concordo...vamos não pensar sobre o amanhã e ser só nós no hoje. Pensar neste jantar e só neste jantar.
- Sim - não resisti e dei-lhe um beijo...que foi diferente de todos. As nossas bocas simplesmente pareceram imans querendo algo mais...intendo.
Pela primeira vez...senti a necessidade de ser mais dele...e ele ser meu. Foi algo que ainda não tinha sentido, mas agi naturalmente, como se a nossa cena já durasse à anos. Pura e simplesmente levei as minhas mãos para dentro da camisola dele, entrando em contacto com a pele suave do Marcos.
As minhas mãos estavam geladas, comparando com as costas dele, o que lhe deve ter feito impressão e quebrado o beijo.
- Mas tu estás com as mãos em gelo ou que? - perguntou ele, retirando as minhas mãos das costas dele, agarrou-as com as mãos dele e beijou-as.
- É dos nervos...
- Deixa-te disso...
- Vou tentar - ele sorriu e voltou a beijar-me. Mas havia outra coisa que tinha de ser falada e tínhamos que nos despachar antes que o meu pai viesse à nossa procura - Marcos... - interrompi o beijo colocando as minhas mãos sobre o peito dele.
- Que se passa?
- Em relação ao jantar...como é que te apresento?
- Como...Marcos?
- Não te incomoda o facto de não dar um nome ao que temos?
- Não me incomoda nada...é o melhor, não há aquela pressão. Eles devem entender, mas para nós é o melhor não é princesa?
- Sim... - voltei a dar-lhe um beijo que eu queria muito continuar mas ouviu-se a campainha tocar - é melhor irmos para a sala...antes que o senhor Hugo venha à nossa procura.
- Sim, sim. É melhor.
- Mas antes...Marcos quero uma foto contigo.
- Uma foto?
- Sim...para...ter no fundo do telemóvel...
- E estás disposta a ver a minha cara sempre que fores ao telemóvel?
- É o que mais quero...
- Então vamos lá a isso - numa coisa muito rápida, sem grandes poses e à primeira tentativa fiquei com a primeira fotografia nossa. A cor ficou estranha porque só tínhamos um candeeiro acesso...mas dá para perceber.
- Depois manda para mim que eu também quero - ele deu-me mais um beijo e saímos os dois do escritório, indo até à sala de mãos dadas...tê-lo aqui comigo só poderia ser a melhor coisa que este jantar tinha.
Quando chegámos à sala comecei a ouvir a voz do meu irmão Lucas...e desde a última vez que ele me tinha chamado mimada nunca mais tínhamos falado.
A Martina, a minha cunhada, foi a primeira a aparecer. Mas logo de seguida vieram o Lucas e os meus pais.
- Olá Ania - disse a Martina, sempre carinhosa comigo. Deve ter ficado sem saber o que fazer porque não avançou muito. Fui eu quem tomou a iniciativa e fui dar-lhe um abraço.
- Como estás, Martina? - perguntei.
- Estou bem e tu?
- Eu estou bem.
- Isso é que é importante.
- Este é o Marcos, está comigo - disse, apresentando-o - Marcos é a Martina, a minha cunhada e aquele é o meu irmão Lucas - apontei para o Lucas, mesmo ainda não ter falado para ele não o queria deixar de parte. O Marcos cumprimentou os dois e o Lucas, não sei bem como nem porque, veio ter comigo.
- Precisamos de falar...
- Precisamos?
- Sim...o jantar é especial não é?
- É...o Francisco vai dar uma novidade à família.
- Também tenho uma a dar...mas tenho de falar contigo primeiro, antes de todos ficarem a saber.
- Queres ir até à cozinha?
- Pode ser... - avisámos todos que íamos até à cozinha e quando lá entrámos senti-me...estranha.
- Estás tão bonita Ania.
- Obrigada Lucas. Que é que se passa?
- Há uma coisa que precisas de saber...uma coisa que eu já ando a esconder à dois meses.
- Tu tens andado estranho comigo, mas eu ainda não percebi porque...quando eu mais precisei e preciso dos meus irmãos tu simplesmente viraste-me as costas...
- Ania...o que eu tenho a dizer está relacionado com a tua violação.
- Está?
- Sim...sei que vais deixar de me ver como teu irmão, mas eu não aguento mais um dia sem te contar o que se passou nessa noite.
- O que se passou?
- Eu estive lá...eu sei tudo o que aconteceu... - esta conversa estava a deixar-me completamente desconfortável e aquela sensação tinha voltado. Aquela sensação de ser, de novo, aquela pessoa que ficou estendida no chão no dia em que foi violada.
Olá!!
ResponderEliminarAdorreeii!!
Eu digo as vezes que forem precisas que este casal é mesmo fofinho!!
Adoro as conversas deles! E aquela no escritório foi muito importante e sim eles tem de pensar no hoje e não no amanhã!
Isto de o apresentar como Marcos acho que foi boa deia! É o melhor para eles!
A parte da foto foi mais um momento fofinho dos dois!
Agora vamos lá ver que conversa é que o Lucas quer ter com a Ania!? Vai deixar de o ver como irmão?? Por momentos pensei que tivesse sido ele a violá-la ou ajudado a tal. Ou será que foi e não sabia que era a irmã e só depois percebeu isso? Ai não não pode ser que horror!
Quero muito o próximo para saber isso!
Besos!
Sofia
Olá!!!
ResponderEliminarCheguei! (ando num dia tipo Noddy, abram alas xD)
Eu adorei (vou começar a passar esta parte a frente porque é repetitiva!)
Cinco dias? So? Pareceu para aí um mes! Uau, isto sim foram 5 dias intensos e...fofinhos!!
Pronto, esta ultima revelaçao ate me deixou com medo!!
Quero o proximo!!! (vou começar a passar esta parte a frente, tambem é repetitiva xD)
Beso
Ana Santos
Olá , olá olá :)
ResponderEliminarNunca é demais repetir que eles são perfeitos nao é verdade?
Porque é o que eles são perfeitinhos lindos , e casal lindão de 5 dias.
Agora aqui a ave rara do Lucas, tenho vontade de lhe dar um estalo mas eu sou uma pessoa muito calma XD
Quero muito o p´roximo, e sei que o Marcos não vai deixar a Ania cair, porque ela já caiu demasiado, ela vai se levantar com a ajuda do Marquinhos :)
Beijinho, * Rita
Olá...tu já deves de saber que amo estes dois...são tão fofinhos juntos e eles adoram-se *.*
ResponderEliminar5 dias???...parece que estão juntos á um mês para aí :D
Mas será que esse Lucas é alguma ave agoirenta?...se não é...parece -_-...há uns capítulos atras quando ele tratou mal a irmã...eu desconfiei que ele sabia qualquer coisa sobre a violação, mas pensei que fosse da minha imaginação...e afinal não me enganei :/...espero msm que não seja o que eu acabei de pensar :/.
Próximo sff :*