quarta-feira, 13 de novembro de 2013

17 - "Já enfrentas-te o monstro, não?"

Ania, 5 segundos depois de dizer o que disse, caiu na realidade e só queria cavar um buraco e esconder-se lá. Noelia sabia que Ania era assim, mas nem ela nem Marcos estavam à espera que tivesse uma saída daquelas. 
Foi "salva" por Carina (Cari) que chegava à sala com gelado para todos, chamaram Solage e Micaela e acabaram por passar meia hora juntos que deu para se rirem e conversar muito. 
Estava a ficar tarde e Marcos levou Ania a casa. Quando estavam à porta de casa dela foi quando ele teve a iniciativa de falar sobre o que tinha acontecido em sua casa.
- O que é que se passou lá em casa contigo?
- Nada...
- Nada não, tu falaste em alto e bom som que se eu não parasse me saltavas para cima. 
- Marcos...há coisas que andas a despertar em mim que eu não sei o que são. A maneira como me tocas faz com que eu fique a pensar se é contigo que vou perder...certos medos. Eu sei que tu compreendes que eu estou um bocado instável, não sei o que se passa, mas também não estou a tentar perceber, só quero que...aconteça quando tiver de acontecer.
- Eu não tenho pressa para que aconteça alguma coisa. Respeito o teu espaço e só quero que sejas tu que tomes a iniciativa quando estiveres preparada. 
- Eu vou estar preparada, eu sei disso, não sei quando, mas vou. Mas...o teu toque deixa-me estranha. É perfeito, dás-me segurança e um porto seguro, mas deixas-me com necessidades de...mulher - Ania estava, de certa forma, envergonhada por se estar a expor desta maneira a Marcos, mas tinha jurado a ele e a ela própria que seria sempre sincera nesta relação - quero fazer o meu dia-a-dia normalmente contigo, quero ter momentos de namorados contigo. Aquelas coisas românticas e tal...e quero ser tua, quero que chegue esse momento que nos una ainda mais.
- Iremos ter isso tudo. E seremos ainda mais nós do que somos hoje. Com calma, mas seremos. 
- Obrigada por tudo Marcos, a sério. 
- Não me tens de agradecer nada. Esse sorriso depois de tudo é a melhor coisa que podia pedir. 
- Oh...
- É a verdade - Marcos aproximou-se de Ania, colocando as suas mãos na cintura dela, ele, cada vez que toca nela, sente-se bem. Porque, apesar daquilo que sabe de Ania, é com ele que ela conseguiu recuperar certa parte do seu encanto, da sua magia, da vontade de estar junto de rapazes. Marcos beijou-a. Sem pedir licença, sem receio, sem medo. A partir de agora seria assim. Cada vez que o quissesse fazer, fazia. Sem pensar que Ania tinha medo. Porque ele sabe que dele, ela não tem medo. 
Foi um beijo calmo, prolongado, mas doce e suave. Eles não se atreviam a mexer muito mais as mãos. Não precisavam de tocar noutras partes do corpo quando estavam unidos pelos lábios e só aquela parte lhes transmitia todos os sentimentos que sentiam.
Marcos acabou por interromper o beijo. Tinha uma proposta a fazer a Ania:
- Porque é que amanhã não vais para o treino com o teu pai?
- Estão a precisar de roupeiro, outra vez? - Ania recordou o primeiro dia que tinha ido para o centro de treinos com o seu pai como treinador adjunto. Tinha desmaiado e começara então a falar com Marcos. 
- Não, acho que não. Mas podias ir. Vias o treino e depois iamos almoçar.
- Parecia um plano tão perfeito. 
- Parecia? - perguntou Marcos confuso. 
- Eu vou almoçar com o Martín e a Romina, não te lembras? - durante o jantar, Ania tinha combinado com o irmão e a cunhada irem almoçar juntos. 
- Pois é...mas podes ir ao treino na mesma.
- Sim, claro. E vou. E tu...podes ir almoçar comigo na mesma. Ficas a conhecer melhor o meu Martín. 
- Oh...não sei. Eu falei mais com o Francisco, acho que o Martín não vai lá muito à bola comigo. 
- Hã? O Martín adora-te! Está é naquela fase de irmão ciumento. Por isso era bom estarem os dois juntos. Pode ser?
- Bem...eu tenho de almoçar e quero faze-lo contigo...sim, almoçamos os quatro. 
- Já enfrentas-te o monstro, não?
- Já...
- Então...o Martín é só meu irmão. 
- Só...
- Ai que o meu menino está com medinho - Ania, por estar em cima do degrau, conseguiu colocar os seus braços em torno do pescoço de Marcos dando-lhe um beijo - esquece todo o mundo, sim? 
- Vou tentar. 
- Vá...e eu vou entrando. Estou cansada...
- Foi um dia comprido.
- Bastante. 
- Dorme bem princesa. 
- Vou sonhar contigo. 
- Ai sim?
- Sim, quero muito sonhar contigo. 
- Então sonha comigo que eu sonho contigo também - os dois voltaram a beijar-se, despedindo-se. 
Ania entrou em casa e Marcos voltou para a sua. Na sala, Hugo e Ortencia estavam a assistir televisão. 
- Cheguei - avisou Ania, sentando-se ao lado do pai. 
- E como correu? - perguntou Ortencia, curiosa.
- Correu bem...descobri que uma das irmãs do Marcos andou comigo na faculdade. 
- A serio? 
- Sim. A Noelia. 
- Ela não foi quem te ajudou naquele dia? - inquiriu Hugo.
- Foi sim, papi.
- A família do meu genro é toda prestável para a minha menina. Estás bem entregue. 
- Oh... - Ania não disse nada, apenas abraçou o pai. 
Os três ficaram a ver televisão enquanto não chegava o sono. Ania acabou por adormecer no sofá e Hugo teve de a levar para o quarto ao colo. Não a deitou no seu quarto, deixou-a no que era de Martín porque já não conseguia levá-la para mais lado nenhum. Tinham combinado tudo para o outro dia: Ania iria com Hugo para o treino. 

- Ania...filha? - Ortencia chamava Ania, que teimava em não querer sair da cama - o teu pai já está despachado e diz que se não te metes lá em baixo dentro de 10 minutos, vai sem ti - ao ouvir aquilo, Ania levantou-se num ápice.
- Eu vou despachar-me mas diz a ele que espere - Ania correu até ao seu quarto. Tomou um duche rápido e vestiu-se ainda mais depressa. Não pensou muito naquilo que ia vestir porque não estava com cabeça e queria era despachar-se.


Desceu as escadas indo até à cozinha, onde estavam Hugo e Ortencia.
- Buenos dias! Estou despachada!
- Bom dia, filha - começou Hugo - agora senta-te a tomar o pequeno-almoço. 
- Então mas não estavas com pressa?
- Se dissesse que ainda tinhas tempo, irias demorar demasiado tempo. Assim tens tempo para tomar o pequeno-almoço com calma. 
- Ai papi...e eu andei à pressa, nem me arranjei como deve ser. 
- Ai não? Mas estás bonita assim, filha - comentou Ortencia. 
- Achas?
- Acho. 
- Então pronto. 
Ania tomou o pequeno-almoço com os pais, com calma, e quando ela e Hugo estavam despachados começaram a sair de casa. Ania ainda lembrou a mãe de que não ia almoçar a casa e rumaram, finalmente, ao centro de treinos do Estudiantes. 
Hugo conduzia com calma...e Ania estava ansiosa por estar com Marcos, por estar no centro de treino do seu clube, por ir estar lá com aquela equipa que tantas alegrias lhe dá. 
Por um lado, não gostava de ir com o pai. Chegava sempre demasiado cedo. Ainda não estava ninguém por ali, a não ser mesmo a equipa técnica. Como não consegue estar quieta um segundo, pediu autorização ao seu pai para ir até ao campo dar um toques na bola. 
Hugo lembrou-se de quando Ania era pequena e ia para os treinos com ele. Acabava sempre por ir correr atrás da bola, marcar golos e festejar como se fosse um golo muito importante. Ania gostava de futebol. De ver, de jogar, de ir ao estádio, de estar no meio dos adeptos, ser parte de la pincha (adeptos dos Estudiantes). 
Tanto o pai, como os outros membros da equipa técnica, deram-lhe a autorização para ela ia para campo. Ania deixou a sua mala junto das coisas do pai e foi até ao relvado. Pegou numa bola e retirou as sandálias começando a correr e a dar toques na bola. 
Ela gosta disto. De se sentir feliz, de se sentir criança, de senti a relva nos seus pés, de marcar golos, mesmo que a baliza esteja sem guarda-redes.
Marcos tinham chegado e via o que Ania estava a fazer. Ria com a festa que ela fazia por ter marcado um golo e foi então que decidiu meter-se com ela:
- Sua batoteira! - Marcos gritou e Ania olhou para ele, tentando recuperar o fôlego. Ele ia na direcção dela e voltou a falar - Se fosse assim tão fácil marcar golos, eu tinha muitos mais na minha lista. 
- Os guarda-redes fogem de mim o que é que queres? - quando estavam suficientemente perto um do outro, Ania coloca as suas mãos na face de Marcos beijando-o. Foi um beijo de bons-dias, curtinho porque Ania estava cansada e ficou sem ar muito depressa.
- Que é que já andas aqui a fazer a estas horas? 
- O meu pai vem cedo...e eu vim logo. Entretanto fui dando uns toques. 
- Eu estava a ver. 
- E que tal? Posso candidatar-me ao Estudiantes feminino?
- Era preciso que houvesse uma equipa de futebol feminino. 
- Posso sempre criá-la...
- Olha, e assim trabalhávamos juntos.
- Na...a minha cena com o futebol é bonita, mas não. Prefiro ver, jogar de vez em quando e tal. 
- Queres jogar comigo?
- Queres?
- Sim. 
- Anda lá - os dois começaram numa disputa de bola, mas que acabou por não dar em nada. Quando Ania estava a tentar sair com a bola em sua posse, Marcos derrubou-a e caíram os dois no relvado. Marcos ficou em cima dela e desmancharam-se a rir. 
- Fazes destas num jogo e és expulso!
- Mas tu não me expulsas, pois não.
- Não. Eu quero-te ainda mais - Ania puxou Marcos para si e os dois iniciaram ali uma troca de beijos mais intensa. 
- Que poucas vergonhas... - Ania assustou-se, por momento pensou que podia ser o seu pai, mas não era. Marcos apenas se riu, levantou-se e ajudou Ania a colocar-se de pé também. 
- Enzo...podias ter demorado mais a vir para aqui - era o seu companheiro de equipa Enzo Pérez. Os dois davam-se muito bem, o que fez com que Marcos apresentasse Ania como sua namorada. 
Entretanto começam a entrar mais jogadores e Ania encaminha-se para as bancadas, onde iria assistir ao treino. 

Os jogadores já estavam a terminar o jogo-treino, quando Marcos cai redondo no chão. Do nada. Estava sozinho, sem nenhum companheiro que lhe pudesse fazer uma falta, mas ele simplesmente caiu no chão sem qualquer motivo aparente. 
Ania entrou em pânico, os companheiros do Marcos aproximaram-se dele e ela correu na direcção do seu namorado. Naqueles segundos que demorou a chegar a ele, montes de perguntas iam-lhe na cabeça "estará ele bem?", "será que é alguma coisa grave?", "porque é que ele caiu sozinho?". Ania queria acreditar que estava tudo bem, mas aquele pâncio tomava conta do seu coração. 

Olá meninas! Espero que tenham gostado e estou à espera dos vossos comentários.
Hoje, por ser o dia em que a minha hemanita comemora o seu aniversário, é mais uma prendinha para ela. Muitos, muitos parabéns Ana Rita Pereira. Te quiero guapa!
Beijinhos a todas!

4 comentários:

  1. Olá...gostei muito :)
    Amo cada vez mais este casal e agora estou preocupada para saber o que irá acontecer ao marcos...:/
    Próximo sff :*

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  2. Olá!
    Eles sao fofos, cada vez mais fofos e eu tenho a impressao que digo sempre isto (é frustrante!)
    E pronto é tudo! É mais do mesmo: adorei, quero mais, cada vez melhor, ando taoooo repetitiva!
    Venha o proximo (que eu vou ver se arranjo ideias novas para comentarios xD)

    Beso
    Ana Santos

    P.S. Enzo? Ui que isto ficou sexy ^.^

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  3. Oláaaa :)


    Simplesmente Perfeito *_*


    Beijinhos


    Princesa

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  4. Olá!
    Adorreeeiii!!!
    O Marcos é tão querido com a Ania *_* Ele ta com medo do irmão dela? Acho que não há razões para isso. Tal como a Ania disse devem ser só ciumes de irmao.
    Depois quem foi o querido foi o pai dela...muita pressa mas era pa tomarem o pequeno almoço todos juntos e com calma!
    Agora no treino já tou a imaginar aquela parte deles os dois na relva...agora o Enzo escusava de ter aparecido tão cedo! E poucas vergonhas?? Tipo que ele não as faz xD
    E agora queres que morra de ataque cardiaco e de ansiedade? Só pode! Mas o que é que aconteceu ao Marcos? Eles não podem estar os dois naquelea espaço sem acontecer alguma coisa(da outra vez ela desmaiou..agora ele a cair para o lado) . Mas por amor de deus...diz-me que o Marcos saiu cheio de pressa de casa para ver a Ania e não tomou o pequeno-almoço e agora desmaiou por causa disso! Tem de ser isso, coisa mãs não!
    Eles são um casal PERFEITO! E amei claro ali o aparecimento do Enzo!
    Próxxiimmmooooo!!!
    Besos,

    Sofia

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