Decidimos ir "lanchar" se bem que o que se comia já servia de jantar. Passamos por uma rolote de cachorros quentes e não resistimos. Eram gigantes e deliciosos.
- Quem é que inventou o hora do jantar? Podemos simplesmente comer estas coisas assim e saltar essa refeição... - comentei.
- Mas pensa...se não houvesse essa refeição, não haviam os restaurantes nem os jantares românticos organizados pelos namorados para surpreenderem as companheiras.
- Poderiam ser as excepções...eu era capaz de viver sem jantar.
- Acho que isso já é a fome a falar demais.
- Estou a falar a sério... - sentámo-nos novamente num banco e dei mais uma trinca no cachorro. A verdade é que também estava com uma certa fome...não tinha almoçado como deve ser e o pequeno almoço também não tinha sido nada de jeito.
- Tens... - o Marcos riu-se e avançou na minha direcção com um guardanapo limpando-me a ponta do nariz - tinhas maionese no nariz.
- Obrigada... - estávamos a ter uma tarde de amigos muito boa. O Marcos era bastante comunicativo, fazia-me sentir à vontade e fazia-me rir à gargalhada até me virem as lágrimas aos olhos.
- Marcos...
- Ania.
- Eu sei que me vou atrapalhar toda, mas peço-te que não interrompas que acho que só assim vou conseguir dizer tudo.
- Sim...
- Eu estou a gostar imenso de estar contigo...
- Eu também - e pronto...interrompeu.
- Marcos...eu disse para não interromperes.
- Ah...já começas-te! Desculpa - ele riu-se...e eu ri-me com ele. Mas depressa voltei ao meu raciocínio.
- Eu estou mesmo a gostar muito de estar aqui contigo. Tens sido muito simpático e...houve um clique entre nós. Eu senti isso e tu próprio já o admitiste. Se...isto que nós andamos a fazer avançar para algum lado...nem que seja uma coisa de uma noite, o meu pai não pode saber...e se for uma coisa mais séria, aí sim...tem de saber porque é meu pai e teu treinador por enquanto...se bem que não é propriamente o treinador porque o teu treinador é outro.
- Calma.
- O mais importante já está dito.
- E...bem dito. Nunca tinha estado assim com uma rapariga...tu és especial e o teu pai pode ter-te dito que eu ando com uma e com outra, mas não é verdade. Era verdade...mas deixou de ser.
- Ele não me disse nada sobre ti...está na fase em que sabe que nós poderá dar em alguma coisa e evita essa conversa.
- O teu pai sabe que pode haver um "nós"?
- No fundo...mesmo no fundo sabe. Tu tens ar de rufia.
- Hã?!
- Não me dou bem com anjinhos...dás-me luta, és brincalhão e não tens cara de anjinho.
- Estou a ver a cena...estás a dar-me conversa porque achas que sou rufia...
- Não...tu és querido...mas sim, tens cara de rufia.
- Acho que posso dizer que sei ser as duas coisas.
- O que é que tu queres? ...de nós.
- Queres algo? - continuávamos em frente da Catedral. Sentei-me direita e fiquei a olhá-la...eu sabia o que queria responder, mas não sabia como lho dizer a ele - podes demorar o tempo que for preciso.
- Como a Cinderela...eu preciso de alguém que me faça sentir que vale a pena dar significado à palavra amor. Preciso de sentir, pela primeira vez na minha vida, que me amam e que eu amo alguém. Amar não é de um dia para o outro. É o sentimento que demora mais tempo a crescer, porque é o sentimento mais sincero que o ser humano tem. Eu não quero um príncipe num cavalo brando...porque príncipes não existem. Existem seres humanos capazes de se transformarem perante diversas situações. Se...esse ser humanos fores tu...temos de o perceber...mas o caminho que estamos a tomar, eu tenho a perfeita noção que não é o caminho típico de dois bons amigos. Não é isso que queremos ser - falar a olhar para a Catedral era bem mais fácil do que lhe dizer isto na cara.
Senti que ele se aproximou de mim, mas continuei a olhar em frente.
- Como na Cinderela...o príncipe procura a dona do sapatinho e ela é a tal. Tu não perdeste nenhum sapato, mas o teu pai esqueceu-se da pasta no treino e...eu tive de a entregar, surpreendentemente achei a minha Cinderela. Ela não estava à procura de nada, nem eu à procura de nada...mas é quando menos se espera que as coisas acontecem - ele agarrou na minha mão e elas falaram por nós. Entrelaçámos os dedos de um no outro. Havia um contraste entre as peles. A minha mais branca que a dele. Mas...encaixavam-se perfeitamente - Não é preciso teres perdido nenhum sapato...basta ver que sentes o mesmo que eu - virei o meu corpo na direcção dele. Estava mesmo muito, muito perto de mim.
- Queres fazer como na Cinderela?
- Como assim?
- Não é uma madrasta...mas é o meu pai. Podemos manter tudo em segredo por enquanto e ver...no que dá.
- Andas a falar tão bem...
- A culpa é toda e inteiramente tua.
- Minha porque?
- Porque me deixas sem qualquer sentido de orientação e sem pensar em mim...penso apenas em..ti, nada mais.
- Acho que achei a nova princesa da Disney.
- Não...ainda não atingiste o nível de príncipe...
- Tens noção que...nós fomos feitos um para o outro?
- E tu achaste muito bom, não achas?
- Acho-te é muito boa!
- Marcos!
- Só estou a constatar dois factos: és linda...e és maravilhosamente perfeita por dentro.
- E queres ver-me corada...
- Querer...eu queria um beijo teu, mas talvez possa esperar até que isto avance mais.
- Acho muito bem.
- Sempre pensei que me fosses dar um beijo na mesma.
- E era tudo fácil? Não rapaz...eu e tu...calma e aproveitar à mistura. E...achas que podemos ir embora? Disse ao meu pai que ia para o café e ainda não apareci lá...
- Claro! - coloquei a minha mala ao ombro e levantamo-nos os dois ao mesmo tempo, reparando que as nossas mãos continuavam juntas. Ficámos os dois a olhar um para o outro, gargalhamos e começamos a ir para o carro.
Indiquei-lhe o caminho para o café da minha mãe e ele estacionou à porta.
- Obrigada.
- Obrigado.
- Hã?
- Se tu me agradeces eu agradeço-te.
- Não tens de agradecer nada Marquitos.
- Como é que fica o teu diminutivo?...Ani?
- Ania. Não há como ter diminutivo...mas Marquitos sim! - dei-lhe um beijo na bochecha - como é que vamos falando?
- Queres continuar a falar mesmo comigo?
- Quero muito.
- Dá-me o teu telemóvel, por favor - abri a mala, retirando de lá o meu telemóvel, entregando-lhe. Ele digitou algo e entregou-mo - vamos falando então - deu-me um beijo na bochecha e eu sai do carro.
Entrei no café e a minha mãe veio logo ter comigo.
- Ania!! O teu pai ligou à mais de duas horas a avisar que tinhas saído de ao pé dele e que tinhas desmaiado e que vinhas para aqui! O que é que te aconteceu?
- Calma. O que é que aconteceu quando?
- Nestas duas horas?
- Estive na Catedral.
- Mas isso fica tão longe daqui.
- Não é assim tão longe. Demorei 20 minutos a cá chegar.
- Isso é o tempo se vieres de carro...e tu não tens carro, a menos que...estiveste com quem?
- É preciso ter estado com alguém? Posso ter vindo mais depressa...
- Ania! Estiveste com o rufia!
- Mãe!
- Estiveste!
- Não digas nada ao pai...nós estamos a dar-nos bem...ele é bom rapaz. Mas o pai começa logo a fazer filmes que não são bem verdade.
- Não são bem verdade!?
- Poderão vir a ser...estamos a conhecer-nos agora!
- E...achas que mo vais apresentar como namorado?
- Poderá ser possível...mas só depois de namorarmos muito às escondidas do pai.
- Ania...
- É verdade...não vou andar a fazer tudo em frente do pai.
- O que é que não vais andar a fazer à minha frente? - ups...Hugo Gottardi...chegas sempre na hora mais oportuna.
Olá!! Adorei!!
ResponderEliminarEspero que o Marcos e a Ania deem o passo ;).
Epah!!!...o pai da Ania apareceu na altura oportuna :P. Espero que não traga problemas :/.
Próximo o mais rápido possível sff
bj
Adorrrreeiiiii!!!
ResponderEliminarAliás nem adorei, eu Ammmeeeiiiiiii!
Está lindo, lindo!
Eles são simplesmente um casal (ou quase casal) perfeito. Graças àquela mala do pai dela.
Ainda bem que a Ania conseguiu dizer tudo ao Marcos, foi perfeito esse momento.
Em relação à palavra de rufia atribuída ao Marcos era aquilo que eu achava dele mas com este fic parece que ele tem dois lados: o rufia e o querido que está a vir mais ao de cima.
Agora estou para ver o que é ela vai dizer ao pai, a verdade ou não.
Próxxiimmoo Ráápidoooo!
Eu só consegui rir, e sorrir, e rir outra vez, e quase chorar... Está maravilhoso!! Esta história está a envolver-me de uma maneira tão rápida e tão boa! Amooo!
ResponderEliminarNão preciso dizer que quero muito o próximo, porque disso não há dúvidas! estou viciada!
Beijinhos*
Mónica