sexta-feira, 30 de maio de 2014

27 - “Mas…como é que eu não vos conheço?”

 - O que é que se passa com eles? Fala, Ania! – Ania ainda estava a digerir um pouco aquilo que a sua mãe lhe tinha acabado de contar. Conheceu Valentín Viola [o jogador de futebol] e a sua namorada, Valentina, no dia seguinte à viagem de Marcos. E foi, no mínimo, especial esse momento.

Lembrança ON – Ania

Como é que é possível aguentar tanto tempo sem o ter aqui por casa? O Marcos foi embora nem à 24h e eu já não aguento com saudades dele…continua aqui por casa o cheiro dele, algumas coisas dele, mas falta o seu corpo, o contacto, as palavras. Falta ele.
Estar deitada nesta cama sem ele…é tão estranho. Parece que a cama ganhou mais centímetros, que está maior…mas a cama é a mesma, falta-lhe é a outra metade. Não estou com grande cabeça para ir trabalhar, enfiar-me no café e estar com pessoas…por mim ficava aqui o resto do dia, nesta cama.
Mas não…tinha de me preparar para ir trabalhar e ver quem é que tocava à campainha a estas horas da manha (sim, porque às 6h são poucas as pessoas que estão acordadas).
Vesti o robe que estava ao fundo da cama, calcei os chinelos e fui até à porta. Ao espreitar pelo óculo da porta percebi que eram duas pessoas. Um rapaz e uma rapariga que nunca antes tinha visto na vida.
- Quem é? – antes de abrir a porta tinha de saber quem eram…se fosse para vender alguma coisa inventaria uma desculpa qualquer.
- Valentín Viola, sou amigo do Marcos. Podes abrir – amigo do Marcos…do Estudiantes não é porque eu conheço quase todos do plantel. E, se é amigo dele, deve saber que ele não está cá. Abri a porta, só assim iria ter respostas às perguntas que tinha na minha cabeça.
Ao abrir a porta, percebi que eles traziam, com eles, malas de viagem…e mais perguntas surgiram.
- Bom dia… - Comecei, um pouco à nora, sem saber que mais dizer.
- Bom dia, Ania – a rapariga falou, olhando directamente para mim.
- Bom dia! Bom, tu deves estar completamente baralhada com tudo isto, não?
- Um bocado sim, mas…entrem.
- Obrigado – os dois entraram, com as suas malas, e eu fechei a porta ficando de pé junto deles na sala – Bem…o Marcos ainda não deve ter falado contigo…porque se o tivesse feito saberias quem nós somos.
- Pois…ele está em Moscovo, não sei se sabem…
- Sim, sabemos! E nós falamos com ele ontem quando ele já estava a embarcar.
- Sim…
- Pois, e nós bem…primeiro: eu sou o Valentín e ela é a minha namorada, a Valentina.
- Eu sou a Ania…já sabem.
- Já sabemos já…o Marquitos não fala de outra pessoa para além de ti – respondeu a Valentina. Era perceptível que os dois estavam à vontade ao falarem comigo…o que até era bom.
- Mas…como é que eu não vos conheço?
- Nós estivemos em Buenos Aires desde o inicio da época, eu estive lá a jogar – começou o Valentín – daí não termos sido apresentados como deve ser.
- Ah…percebido!
- Bom…se calhar era melhor ligares ao Marcos…ou tentares uma vídeo chamada.
- Vídeo chamada parece melhor…sentem-se – sentámo-nos todos no sofá, o Valentín ao meio com o computador no colo. Abri o skype e o Marcos estava online. De imediato começámos a chamada e, quando a imagem dele apareceu no ecrã o meu coração pareceu partir-se em pedaços minúsculos. Era visível que ele estava triste, que ele estava cansado…parecia um Marcos completamente diferente.
- Buenos dias! – Dissemos todos, animados…fazendo com que um sorriso se formasse nos lábios dele.
- Buenas tardes!
- É tarde aí…aqui são quase seis e meia da manhã oh minha preciosidade! – Pela maneira como o Valentín falava com o Marcos, percebia perfeitamente que a amizade deles não era de agora.
- Se trocasses de lugar comigo é que era uma preciosidade!
- Ei, já com saudades da miúda? Acalma lá o foguete…
- Valentín! – Tanto eu como a Valentina o chamamos à atenção…
- Agora, em vez de uma, tens duas a controlarem os disparates que saem dessa boca. Cinderela… - eu estava a rir-me mas…o “Cinderela…” mexe tanto cá dentro. Uma vontade enorme de chorar, de correr até ele, de ser dele…só queria que ele estivesse aqui, connosco.
- Gordi…
- Tenho tantas saudades tuas…
- Marcos…não, por favor… - ir falar em saudades, distância e nós só iria ser pior…
- Amo-te muito, meu amor um certo brilho no seu olhar apareceu…e em mim a vontade de chorar era cada vez maior.
- Eu também te amo muito, amor meu.
- Vá. Vá, vocês têm muito tempo para essas coisas depois – o Valentín interrompeu aquela minha troca de palavras com o Marcos e, sinceramente, era o melhor – tens de explicar à tua namorada o que é que eu e a Vali estamos aqui a fazer – Vali…deve ser a forma carinhosa como ele trata a Valentina…que fofos.
- Ania…
- Sim…?
- Bom…o Vi e a Vali deve ter feito uma cara mesmo estranha de confusão, porque todos eles se riram – o Viola e a Valentina. Vi e Vali.
- Ah! Entendido!
- Pronto…eles os dois estavam em Buenos Aires, mas agora regressaram a La Plata. O Vi vai estar parado, lesionou-se no ombro e não vai jogar mais… - olhei para o Valentín através da imagem que vinha do ecrã do computador e percebi que ele, nesse momento, parecia mais em baixo.
- Ele joga com a Valentina… – Tentei…dizer algo menos dramático e consegui fazer com que eles sorrissem.
- Se jogarem…isso é aí com vocês os três. Cinderela…a casa não é só minha e eu devia ter falado logo contigo mas com a viagem foi complicado…
- Não é preciso continuares…eles ficam cá, desde que o Viola faça o jantar duas vezes por semana.
- Concordo! Apoiado, apoiadíssimo! – A Valentina concordou comigo, fazendo com que eu e o Marcos gargalhássemos com aquilo. O Viola…esse permanecia estático a olhar para o ecrã.
- Puto…tu foste arranjar uma rapariga…que olha, agora tenho de cozinhar!?
- Olha…a minha rapariga é a melhor. E tu cozinhas bem…não te vai custar muito fazer aí jantar para a minha Cinderela e para a tua Rainha.
- Depois se a rapariga quiser ir jantar sempre a minha casa, eu não tenho culpa.
- Está aqui uma pessoa a elogiar-te e sobe-te logo o elogio à cabeça!

Lembrança OFF

Ania tinha passado a viver com Vi e Vali e, os dois, tinham-se tornado das pessoas mais importantes no seu dia-a-dia. Eram eles que estavam em casa quando Ania chegava do trabalho, era Valentín que a tentava animar quando as saudades apertavam, era Valentina que a ouvia e lhe dava abraços e beijinhos quando o choro tomava conta de Ania.
- É…bem…é uma coisa que nenhum de nós estava à espera.
- Conta-me! – Marcos estava impaciente e levantou um pouco a voz esquecendo-se que Salomé estava a dormir. Quando se apercebeu que tinha falado mais alto, olhou para a menina que, felizmente, continuava a dormir – Vá, Cinderela, conta-me.
- Eles vão…aliás eles…ai, eles vêm para cá.
- Para cá…para aqui? Para Moscovo?
- Sim! O Viola como está em recuperação vem fazer uns tratamentos cá…numa clínica qualquer!
- Ai…que bom! Há tanto tempo que não estou com ele! Vêm quando?
- Para a semana…mas ainda não acabou Marcos…
- Ainda há mais?
- Há…eles casaram.
- Eles o que!?
- Sim. Eles casaram…em segredo. Só os dois. Não convidaram ninguém e fizeram-no tudo às escondidas a noite passada.
- Olha…nem sei o que dizer. Estás a falar a sério?
- Estou! Eles casaram! A Valentina e o Viola casaram! Eles são tão lindos… - Ania encostou-se no sofá, lembrando-se de um momento em particular que pôde presenciar onde verificou que Valentín e Valentina eram sinónimo de amor eterno.

Lembrança ON – Ania

Chegava a casa depois de mais um dia de trabalho no café…e só me apetecia correr para o computador e falar com o Marcos. Mas sabia que tinha o Valentín e a Vali à minha espera…sei que lhes devo imenso pelo que têm feito por mim nestes dias e que merecem o carinho e amor que lhes consigo dar.
A casa estava estranhamente calma. Não os ouvia e pude constatar que não estavam na sala. Comecei a ouvir uns risinhos e, se tivesse sido só isso que ouvi, pensava que eles estavam em vias de facto. Mas não…eles estavam os dois na cozinha, a Vali a descascar batatas e o Valentín a arranjar morangos. Eu sei que é feio…mas fiquei apenas a observá-los.
- VI…estás a fazer isso tudo mal, amor – dizia a Vali.
- Eu não posso saber fazer tudo…
- Sim, mas também estás a fazer isso mal. E tu sabes fazer bem, coisa boa.
- Vali…não tenho tanta força no braço…dá desconto à tua coisa boa, sim?
- Tens razão, amor da mina vida – a Valentina deixou as batatas, pegando nas mãos do Valentín – tens dores?
- Não muitas…hoje está controlado.
- Hum…quero tanto que fiques bem, amor.
- Isto vai passar, Vali. Demora, chateia, mas passa.
- Só quero que os nossos filhos sejam tão fortes como o papá deles.
- E perfeitos como a mami deles – os dois beijaram-se...eu não poderia acabar com o momento deles os dois. Fui até ao meu quarto onde encontrei o computador…era hora de me ligar ao amor da minha vida.

Lembrança OFF

- Ania…?
- Hã?! – Estar a pensar no que viveu com os dois tinha feito com que se abstraísse do sítio onde estava e acabasse por “esquecer” que tinha Marcos consigo.
- Estavas para aí a pensar no que?
- Neles os dois…
- Com esse ar todo apaixonado…?
- Sim…eles são tão unidos, apaixonados…não sei, são especiais.
- Nós somos mais… - Marcos aproximou-se de Ania, deitando a sua cabeça no ombro dela.
- Somos…diferentes. Eles são eles…nós somos nós.


- Vá, veste-te tu…
- Então e tu? Não te vestes? – Marcos fazia tal pergunta a Ania, visto que ela permanecia deitada na cama.
- Ainda tenho a roupa nas malas…vais tu entregar a menina ao Nico quando eles chegarem.
- Mas eles vêm cá acima.
- Sim…mas tu dizes que eu estou a dormir ainda…a viagem cansou-me.
- Só tu, Ania Gottardi!
- Ei…vá, dá-me uma camisa tua.
- Para que?
- Me vestir e ir fazer o pequeno-almoço.
- Toma – Marcos atirou uma camisa dele para cima da cama. Ania vestiu-a e os dois foram até à sala com Salomé.
Depressa a campainha tocou e Ania foi até à cozinha. Marcos entregou Salomé aos pais e, depois de lhes entregar tudo o que pertencia à menina, despediu-se deles fechando a porta.
Foi até à cozinha, onde encontrou junto da bancada a cortar pão.
- Enfim sós – Marcos não resistiu e avançou na direcção da rapariga. Como esta estava, apenas, com a camisa dele vestida, tudo se tornou mais ardente, mais violento, mais fugaz.
Marcos colocou as suas mãos nas coxas de Ania, subindo-as lentamente até às nádegas da namorada. A rapariga sentiu-se a fervilhar por dentro, o seu coração estava a bombear mais rapidamente, sentiu o desejo de ser seduzida a consumi-la. Marcos mostrava uma outra faceta do sexo entre os dois. Até então era tudo muito calmo, sem grandes investidas de surpresa porque poderia assustar Ania. Mas hoje…hoje arriscou e sabe que o fez por bem.
Virou o corpo de Ania para si e os dois beijaram-se intensamente. Ania levou as suas mãos à cabeça de Marcos e, sendo um pouco bruta, mexia-lhe no cabelo. Deixou os lábios do namorado e mordiscou-lhe o pescoço, mostrando a Marcos que, também ela queria que as coisas avançassem de uma forma bruta, com desejo, amor e paixão.
Marcos agarrou na cintura de Ania, levantando-a do chão, e sentou-a em cima da bancada. Daquela forma Ania conseguiu morder as orelhas de Marcos, mexer-lhe nas costas e abdominais e, sendo ousada e provocadora, levou as suas mãos ao interior dos boxers de Marcos deixando-o ainda mais excitado.
Ele, por sua vez, também soube usar a namorada. O facto de Ania apenas estar em camisa e cuecas só o fez ser ainda mais…”possessivo”. Queria-a para ele, as suas mãos andaram nas coxas dela, nas costas, nos peitos. Beijou-lhe os lábios, o peito, a barriga e, mesmo antes que se consumissem um ao outro, ouviu o gemido mais alto daquele momento de Ania ao ser ousado e deitá-la na bancada usando a sua mão para a excitar.
Os dois pensaram em ir para a cama, ou sofá…mas sentiam-se demasiado embrenhados um no outro para saírem dali.




Eram cerca das 17 horas e os dois passeavam pelas ruas de Moscovo. Era fácil e bom andar por Moscovo. Ainda ninguém conhecia Marcos (ainda não tinha sido apresentado no clube e desconhecia-se o interesse nele) e os dois conseguiam passear sem terem interrupções de fãs.
- Marcos, vamos parar um bocadinho… - pedinchava Ania, puxando Marcos para o bando que estava ali perto.
- Estás assim tão cansada?
- Olha…fiz uma viagem longa, tomámos conta de uma menina e aquela bancada de tua casa deixou as minhas costas feitas num oito – os dois sentaram-se no banco e Marcos ficou a olhar para Ania – que foi…?
- O que é que te deixou as costas feitas num oito?
- A bancada…tu! Foste tu! Coitadinha da bancada…estava a culpá-la sem razão.
- Pensei que me ias dar para trás.
- Porque?
- Por…ter sido impulsivo.
- Foi tão bom Marcos! – Os dois beijaram-se e, por momentos, apenas apreciaram a vista.
Ania aproveitou para fotografar diversas coisas e partilhar com a família o sítio onde estavam.

Primeiro dia em Moscovo: sol e pouco frio. Ontem ao fim do dia nevava...acho que me vou dar bem aqui.
Depois de estarem um bocado sentados, os dois voltaram a andar e a ir até um pequeno jardim escondido com pouca gente. Os dois passeavam de mão dada e Ania sentia que Marcos estava a tremer.
- Gordi…o que é que se passa?
- Porque?
- Estás a tremer…e não está frio. Estás nervoso com alguma coisa?
- Estou…
- Então? Que se passa?
- Isto não é fácil…
- O que, Marcos? Estás a assustar-me…
- Não…não vale a penas assustares-te.
Os dois pararam e ficaram a mirar tudo à sua volta…ainda de mãos dadas, Marcos colocou as duas mãos junto do seu coração fazendo com que Ania olhasse para ele.

- Isto é das coisas mais importantes que tenho de fazer…das coisas que mais medo tenho de fazer. Mas é o que mais quero…é aquilo que mais quero neste momento. Casas comigo?

5 comentários:

  1. Oh :') estou emocionada :') :')
    Primeiro: Olaaaaaaaaaaaalaaaaaaaaa
    Isto é mesmo bonito pá, mesmo fofão mesmo uau uau uhh
    O capitulo está todo perfeitinho, maravilhoso e muito amoroso tem tanto amor :o
    Aqueles dois de vez em quando também sabem ser fogo, e depois a bancada é que leva com as culpas.
    Parte mais linda bonita romantica - Casas comigo? *-*
    Si, si , si claro que casa com ele :o em Moscovo é que não que aquilo é estranho, La la la plata é muito mais uau
    Espero o próximo ansiosamente, *Rita

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  2. Olá!
    Ameeiii!!! Só love e paixão neste capítulo *_*
    É tão bonito o amor do Vi e da Vali! E terem casado em segredo também *_*
    Bonito é também o amor do Marcos e da Ania! Amor, paixão, loucura...e depois a bancada é que sofre! xD
    Depois mais bonito, lindo e perfeito ainda foi aqule "Casas comigo?" *____* Só de imaginar...aiii que casal mais lindo!! São mesmo lindos os dois!!
    Agora vem dai um sim certo? Só pode! Um não é impossível!
    Por isso próximooo!!
    Beijinhos!
    Sofia

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  3. Olá

    Adoreiiii ! E a Ania tem de aceitar *_*



    Beijinhos


    Catarina

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  4. Olá :)
    Adorei este capitulo :)
    A Ania tem que aceitar...aí dela que não aceite-se porque senão eu zango-me :P ;)
    Espero pelo próximo sff :D
    Bjs :*

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  5. Eu tenho uma rapariga na minha turma de inglês que se chama "Valentine", mal a conheço mas quem a conhece abomina-a por completo. Pormenores! Apenas para dizer que quando lia as cenas sobre o Vi e a Vali acabava por tirar romance à coisa! (e tinha de ler sempre duas vezes porque baralhava os nomes xD) incrível como hoje eu só digo coisas interessantes... Eles são realmente fofos, mas sempre que pensava Viola (tenho a impressão que ele jogou no scp!) pensava no Capel (bad vision). Como da para ver estou muito bem mentalmente...
    Ui ui ainda dizem que Moscovo é frio! Ania e marcos derretem o gelo todo e em cima de uma bancada de cozinha! (esta é uma sexy vision!)
    Casamento? I don't know... Eles ainda podiam aproveitar muito bem o namoro. Mas nunca se sabe. Espero para ver!

    Ana Santos

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