sexta-feira, 2 de maio de 2014

26 - “Quem nasceu para ser mãe…faz as coisas com naturalidade.”

- Mas o que é que tu estás a fazer!? – Ania não esperava encontrar aquele cenário na sala. Marcos estava com Salomé “ao colo”, não era a posição mais confortável, nem a mais indicada para uma bebé. Marcos estava com a menina como se esta fosse um saco de batatas e rodopiava-a pelo ar.
Óbvio que a menina se ria e gargalhava, mas Ania ficara realmente preocupada. A sua experiência com bebés era quase nula…tinha uma vontade enorme de ser mãe, mas colocar em prática o que uma mãe faz no dia-a-dia…nunca o tinha feito.
- Estou a brincar com a Salomé! – Marcos estava uma pessoa completamente feliz. Via-se perfeitamente que, naquele momento, não poderia estar mais feliz. Acabou por parar, colocando Salomé correctamente nos seus braços – Eu sei pegar em bebés, não te assustes! – Piscou o olho à namorada, sentando-se no sofá. Ania seguiu, sentando-se ao seu lado.
- Assustaste-me mesmo…por momentos pensei que…sei lá, não soubesses o que fazer com a menina.
- Quando a minha irmã mais nova nasceu eu tinha 8 anos, tive um primo quando tinha 18 e pegar em bebés sempre foi especialidade de Marcos Rojo – Ania riu-se, esticando o biberão na direcção de Marcos.
- E dar biberão…era especialidade também?
- Isso já não…não se pode pedir tudo, não é? Embalar, pegar e até mudar fraldas eu consigo…biberão nunca consegui.
- Então…eu tento – Marcos notou que Ania estava insegura. Os dois são muito novos, ela apenas tem 19 e ele 20…esquecem-se um pouco disso, mas é a realidade. Marcos passou Salomé para o colo de Ania com cuidado, que segurou na menina, também, com extremo cuidado.
- Quem nasceu para ser mãe…faz as coisas com naturalidade. – Os dois olharam-se, mas Ania nada disse…a conversa sobre bebés e estarem a tomar conta de Salomé, estava a mexer (demasiado) com o seu sonho, o seu desejo, o objectivo de ser mãe.
Rapidamente começou a dar o biberão a Salomé. Percebeu que a menina estava a beber o leite como deve ser, que não se engasgava e que estava numa posição confortável. Estava petrificada a olhar para a menina, quando sentiu um dedo de Marcos passar pelo seu braço. Olhou-o e viu um sorriso enorme nos lábios do namorado.
- Estou…a fazer bem? – Ania não sabia bem o que dizer…aquele momento estava a ser demasiado emocional para ela e ter os olhos do namorado colocados sobre ela, tornava-o ainda mais especial.
- Tal e qual como uma mãe faz…vais ser a melhor mãe que os teus filhos terão – Marcos encostou a sua testa na de Ania, que deu um curto beijo ao namorado.
- E tu serás o melhor pai que os teus filhos vão ter…eu não queria ter gritado quando entrei na sala…mas pensei que estivesses a tentar calar a menina a todo o custo.
- Tens-me em tão boa consideração…
- Não é isso.
- Eu sei…estavas preocupada e é normal – os dois permaneciam a olhar um para o outro, quando Salomé agarrou na mão de Ania que segurava o biberão. De imediato, Ania colocou os seus olhos sobre Salomé e percebeu que o biberão já estava no fim.
- A bebé já papou quase tudo! – Ania falou com um tom de voz completamente para Salomé, era um tom doce, quase que angelical. Salomé esboçou um pequeno sorriso, levando Ania a retirar-lhe o biberão – É suposto fazer alguma coisa agora, não é?
- Sim. Tens de lhe dar umas palmadas nas costas para ela arrotar.
- Eu não vou bater na menina! – Ania estava um pouco confusa com o que Marcos lhe dizia. Na sua cabeça, não fazia sentido ter de dar palmadas nas costas de Salomé. Marcos, por perceber que Ania não sabia mesmo ao que ele se referia, desatou a rir que nem um perdido – Porque é que te ris dessa maneira?
- Ania… - Marcos não conseguiu parar de rir até que Ania lhe deu uma palmada no braço.
- Tu é que precisas de palmadas, é?
- Mi amor… - Marcos ainda se ria, mas mais controlado – eu não disse para bateres na menina.
- Dar palmadas é com carinho, por acaso? Acabei de te dar uma porque estavas a ser parvo e a rir-te sem motivo nenhum.
- Ania…meu amor, minha coisa boa…
- Agora vens com “meu amor” e “coisa boa”?
- Ania, eu estava a rir porque…tens de lhe dar umas palmadinhas nas costas para ela arrotar, mesmo. De verdade.
- Mas…assim magoou-a.
- Não é para ser como a palmada que me deste…nunca viste alguém fazer?
- Não. Conheci um bebé até agora e ele não gostou de mim.
- Esse bebé devia estar bêbedo…quem é que não gosta da minha princesa? – Marcos, ao mesmo tempo que fazia a pergunta a Ania, pegava em Salomé – Tens de fazer assim… - Marcos colocou a cabeça de Salomé junto ao seu peito, dando-lhe suaves palmadinhas nas costas.
Ania percebia que Marcos sabia o que estava a fazer. A naturalidade dos seus actos transmitiam certas certezas a Ania: a primeira era que Marcos tinha nascido para ser pai, aquele à vontade só era a prova disso; a segunda era que eles estavam os dois felizes, estavam um com o outro e nunca se iriam separar; outra…e talvez a mais importante, era que Ania queria ser mãe de todos os filhos de Marcos.
Não consegue imaginar a sua vida sem ele. Marcos foi como um novo começo para ela, como uma tranquilidade e paz que entraram na sua vida.
- Porque é que estás a chorar…? – Marcos olhava para Ania que tinha lágrimas a escorrer-lhe pela face por tudo o que se estava a passar e por tudo o que se tinha lembrado. Marcos aproveitou para colocar Salomé na alcofa pegando, de seguida, nas mãos da namorada.
- Tinha saudades tuas…e agora estamos assim…com a menina aqui. Estás a fazer com que eu pense no meu maior sonho, com que eu continue a procurar a Ania de sempre. Fazes-me sempre bem…mais que bem e estas lágrimas são apenas de felicidade. – Ania não resistiu e sentou-se em cima das pernas de Marcos, abraçando-o ficando bem junto dele – Tenho alturas que só quero deixar tudo lá em La Plata e ficar sempre contigo.
- Porque não o fazes? – Marcos olhou-a, colocando as suas mãos nas costas dela.
- Não posso…eu não posso simplesmente sair de lá e vir para aqui sem saber falar russo…eu não viria para aqui se não tivesse um trabalho, algo que me desse dinheiro para cá ficar.
- Sabes bem que dinheiro não é problema…
- Eu não vou viver às tuas custas! Nem penses…és meu namorado, não meu pai. Em La Plata temos a nossa casa, as nossas coisas, que os dois estávamos a construir…aqui era diferente. Eram as tuas coisas…e eu estaria aqui só a comer e beber à tua pala.
- Ania!
- Marcos, não…não, não, não – Ania conseguiu fazer com que os dois ficassem deitados no sofá apenas com um movimento e deu um beijo a Marcos – não vamos falar disso.
- Mas amanhã falamos! Eu vou querer-te aqui a viver comigo com ou sem trabalho.
- Depois vê-mos isso – Ania voltou a beijá-lo e reparou que Salomé havia adormecido – olha…ela adormeceu.
- Segundo o Nico, só acorda amanhã de manhã.
- Dorme a noite toda?
- Ele disse que sim…
- Ela dorme cá?
- Sim…eles precisavam mesmo de uma noite só os dois.
- Eu percebo…
- Pois…eu também percebo que nós os dois…tu e eu – Marcos começou a roçar o seu nariz no ombro de Ania, beijando-lhe o pescoço – também estávamos a precisar de uma noite só os dois.
- E vamos ter…sossegadinhos, agarradinhos e quentinhos, um com o outro.
- Hum…e não podemos aquecer um com o outro…da forma mais rápida que conheço?
- Queres ir correr?
- Pronto…eu não insisto – Marcos percebia que Ania estava a “recusar-lhe” um momento mais deles.
- Não é isso, Marcos…podias insistir que eu era toda tua. Mas…estou cansada, a viagem cansou-me tanto…e quero miminho, só miminho.
- Eu dou só miminhos, então – Marcos puxou Ania para si, ligando a televisão. Agarrá-la, tocar-lhe…só isso já era, realmente, o suficiente.
Ania pegou no telemóvel verificando se tinha ou não mensagens. Percebeu que estava no modo silencioso e que não tinha reparado que os seus pais já tinham ligado.
- Esqueci-me completamente de ligar aos meus pais…
- Liga agora, bebé – Marcos deu-lhe um beijo na testa, encostando a sua cabeça na de Ania.
- Eu já ligo – Ania ligou-se à internet, vendo todas as novidades. Partilhou, também, uma foto que acabara de tirar:

Um mês de 31 noites assim...contigo, meu herói
Ania, de seguida, telefonou à sua mãe. Depois da típica conversa de mãe preocupada com a sua filha, uma novidade chegou. Ania não esperava tal coisa…pelo menos neste momento. Depois de desligar a chamada, sentou-se no sofá olhando Marcos.
- Que é que se passa? Parece que foste apanhada de surpresa…
- E fui…
- Mas é alguma coisa de mal?
- Não…antes pelo contrário…
- Então!?
- Tem a ver com os Valentinos… - Valentinos = Valentín e Valentina. Dois grandes amigos de Marcos e, no momento, os melhores amigos que Ania tem em La Plata. O que a mãe lhe tinha acabado de contar estava relacionado com eles…mas Ania ficara tão surpresa…que poderia jurar que era uma partida. 

5 comentários:

  1. Olá :)
    Adorei este capitulo *.*
    Isto hoje é só capítulos para ler, quero mais dias assim, ler e ler e ler ;)
    Coitada da Ania...grande susto que apanhou, eu se calhar também me assustava se visse uma cena igual, mas pronto, o Marcos é responsável e tem mesmo instinto de pai (basta que é o mano mais velho da família Rojo) :)
    Eu tenho cá um felling que mais capitulo menos capitulo, a Ania...vai realizar o seu sonho *.*
    Agora estou curiosa para saber que raio de telefonema e novidade é essa...hum!...vou esperar ;)
    Próximo rápido
    Bjs

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  2. Oláá!!!
    Ameiii! Este é o casal mais fofo de todos definitivamente!
    Opa ia morrendo a rir com o inicio do capitulo só de imaginar o Marcos com a Salomé às costas e a dizer que aquilo de dar palmadas nas costas! Depois aqueles momentos dos dois com a bebé e a falar de quando forem pais foi tão mas tão fofa querida não sei...foi tão de um casal apaixonado! *___*
    Depois gosto da ideia do Marcos de eles viverem os dois juntos ali mas cheira-me que a Ania não vai querer viver às custas do Marcos!
    Agora fiquei curiosa para saber que novidades são estas dos Valentinos!
    Eles antes para mim eram o casal escondidinho fofinho..agora são o casal e fofinho e apaixonado que eu amo!
    Quero o próximo!
    Besos,
    Sofia.

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  3. Boa noite.
    Bem vou começar por: pequeno e...pequeno e ainda...demasiado pequeno.
    Até estou enxergando você mal é o que é. ( isto que acabei de escrever foi estranho o.O)
    Vamos ao que interessa. La la la la la Plata ( existe assim uma música? eu acho que não) , eu acho que eles deviam estar em La la la la la Plata, é pedir muito? (beicinho)
    Os russos são feios e usam chapéus estranhos, não gosto deles, e falam estranho! Quero ellos en La la la la la Plata! ou então Portugal que também é bem frequentado ( se é que entendes a onde quero chegar [claro que não vais entender])
    Eles são muito bonitos , acho que repito sempre a mesma coisa mas há uma diferença cada vez gosto mais de ''os ler'' , a cada dia que passa a coisa torna-se mais pow no bom sentido.
    Por momentos tive medo que o Marcos tivesse feito porcaria mas afinal o rapaz até é experiente nisso. E aquelas experiências novas como futura mãe é bem lindão.
    Espero o proximo ( ja tinha saudades)
    Beijitos, *Rita

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  4. Olá


    Ameiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii , lindo , lindo *_*


    Beijinhos


    Catarina

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  5. Olá! Hum um capítulo cheio do coisas fofas e de relógios biológicos a tocar bem alto xD e agora vem aí boa notícia, apesar de eu não imaginar o que possa trazer para o Marcos e a Ania. Eu sei que o comentário e pequenito, só que o problema e que eu li o cap em três ou quatro vezes logo não me lembro muito bem de tudo. Lo siento! Para a próxima será melhor, prometo!

    Ana Santos

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