- Como é que te estás a sentir? – perguntou a
minha mãe, assim que me apanhou sozinha na cozinha. A verdade é que eu não sei
como me estou a sentir. Nem sequer sei se estou a sentir alguma coisa neste
momento.
-
Porque é que o Lucas quis vir? – acabei por lhe perguntar, era algo que eu
ainda não tinha compreendido.
-
Ania, ele quis vir para ter a oportunidade de falar contigo. Mais do que
resolver alguma coisa, o Lucas quer esclarecer as coisas e ficar de bem
contigo.
-
Mãe isso é quase missão impossível – olhei-a, vendo-a com aquele seu olhar de
desilusão tão caraterística – eu sei que não é o cenário ideal, não é o que tu
querias para os teus filhos. Mas, acredito, que não tenha sido aquela que te
desiludiu mais – aproximei-me dela, agarrando-lhe as mãos – eu não sei como o
olhar, quanto mais falar com ele mãe…
-
Não precisas de falar com ele, sabes que o Lucas só quer ser ouvido.
-
E tu achas que eu vou conseguir estar a ouvi-lo sem lhe dizer alguma coisa?
Achas que vai ser fácil estar a ouvir alguma coisa que ele tenha para dizer sem
me passar? Sem algo em mim explodir?
-
Eu sei que não – passou com a mão dele pela minha cara – mas ver-vos aos dois
assim é coisa que uma mãe não suporta.
-
Eu acredito que não. Mas eu não sei se consigo – afastei-me um pouco dela,
pegando na tigela que tinha a papa da Morena – e é melhor não o deixar muito
tempo sozinho com o Marcos – voltei para a sala, vendo o Marcos sozinho naquele
espaço, sentado no chão a brincar com a Morena – o Lucas? – perguntei,
sentando-me ao lado dele.
-
Foi à casa de banho – olhou-me, colocando uma boneca em frente da sua cara –
está na hora do lanche, mamã Ania? – fez a voz mais fininha que conseguia,
fingindo ser a boneca a falar. Quando tínhamos de meter a menina a comer era
sempre disto. Ela é fácil de comer mas torna-se ainda mais fácil quando
brincamos com ela.
-
Está na hora do lanche sim senhora. A Sra Barbie quer o lanche da Sra. Morena?
-
Quero pois! – respondeu o Marcos fazendo-me rir. Peguei num pouco da papa com a
colher, começando a querer dá-la à boneca. Reparei que a Morena se levantou
muito depressa vindo na nossa direção.
-
É minha papa! – e lá comeu ela a colherada, rindo-se à gargalhada.
-
Então e não partilhas com a Barbie? – perguntou-lhe o Marcos.
-
Não! Papa só minha!
-
Oh mas eu queria um bocadinho…
-
Não, Papu! Não podes! É só de bebés! – ela comeu mais um bocado, agarrada às
minhas pernas e a olhar para o Marcos.
-
Então e eu? – olhou-me – posso comer um bocadinho?
-
Tu podes, mami.
-
Ai ela pode? – perguntou o Marcos como que chateado, fazendo-a olhar muito
séria para o pai.
-
Sim. Porque foi a mami que fez! Quando tu fizeres a papa também podes.
-
Toma lá que já almoçaste! – disse, dando mais um bocadinho à Morena.
-
Então não queres, mami?
-
Não meu amor – dei-lhe um beijo na bochecha, olhando-a – a mami estava a
brincar.
-
Mami… - percebi que havia ali qualquer dúvida, aquela carinha não engana
ninguém – porque tás zangada com o tio? – eu sabia. As expressões faciais dela
denunciam-na. Ela estava confusa, estava mesmo cheia de dúvidas para fazer
aquela pergunta.
Olhei
para o Marcos, ficando não sei quanto tempo sem dizer nada. Acho que nem sei o
que lhe dizer, não lhe poderei dizer que ele me faz mal a mim, não lhe poderei
explicar tudo neste momento. Ela é pequena demais, não iria entender e não é
uma coisa que se possa contar a uma criança que tem pouco mais de um ano.
-
A mami e o tio estão zangados – começou o Marcos, despertando-me da minha
tentativa de achar alguma resposta na minha cabeça – porque há coisas que os
crescidos fazem que não são sempre boas.
-
Tão…o tio portou-se mal? Ou a mami? – olhou para mim por breves segundos,
voltando a olhar para o Marcos.
-
O tio. Fez mal a duas pessoas e é por isso que a mami e ele estão zangados –
ela olhou de novo para mim, colocando as suas pequenas mãos em cima das minhas
pernas para se levantar.
-
Mami, tu podes deixar de tar zangada com o tio – como se fosse assim tão fácil,
meu amor… - ele é teu mano. Quando eu tiver uma mana eu vou ficar poucos dias
zangada com ela – ela é a menina que eu conheço que deve ser desenvolvida
demais para a idade que tem. Ela consegue, na sua inocência, dizer coisas que
nos tocam no coração, que nos fazem pensar e mudar certas atitudes que temos.
Agarrou na boneca que o Marcos tinha, indo brincar de novo e acabei por sentir
a mão do Marcos agarrar a minha.
-
Esta nossa filha… - disse ele quase em sussurro fazendo-me rir. Olhei-o,
entrelaçando os meus dedos com os dele.
-
É sobredotada. Quando deres por ti está na faculdade e ainda não fez os 18 anos
– ele riu-se, olhando-a – mas ela tem razão. O Lucas é meu irmão – o Marcos
olhou-me, esboçando um pequeno sorriso – ele merece, pelo menos, ser ouvido.
-
Se achas que será o melhor…
-
Acho que sim. Preciso de pensar, não é algo que eu vá fazer já daqui a cinco
minutos…além do mais, o Martin vem cá e eu não sei como vai ser.
-
O Martin acho que deve ser mais na boa. Ele deu um murro ao Lucas assim que
soube, ele foi aquele que libertou a raiva que tinha…ele não a tem toda
acumulada desde aquele dia.
-
Tens razão – ele aproximou-se de mim, dando-me um beijo nos lábios. Demorou até
os lábios dele saírem dos meus, demorou porque queria um bocadinho mais. Agora
começa a saber-me a pouco, começo a querer estar sempre mais um bocadinho com o
Marcos em vez de o afastar. Acho que não sabia que estava assim tão preparada
para estar com ele como estou…
-
E…ela tocou num assunto delicado, não foi? – perguntou o Marcos, passando a sua
mão pela minha cara.
-
Tocou. Delicado, complicado e que vai ser tema em várias conversas com ela pelo
que já deu a perceber – coloquei a minha mão na cara dele, também, respirando
fundo – seria de esperar que ela falasse sobre irmãos. Mas, por enquanto,
estamos tranquilos. Ela não faz perguntas difíceis, nem pede ou diz que quer.
Acho que ela fala nisso como algo que quer, sim, mas daqui a algum tempo. E…ter
outro filho é algo que faz parte dos meus desejos e projetos do futuro – ele
sorriu, fechou os olhos, procurando acariciar-se na minha mão – só é preciso
tempo, muito tempo.
-
E nós temos todo o tempo do mundo para ser felizes – olhou-me de novo, mantendo
aquele sorriso intacto.
Sei
perfeitamente que, com ele, a minha vida será ela toda muito mais simples,
muito pensada mas sempre mais vivida. Só com ele é que a minha vida faz
sentido.
MARCOS
-
Olha a foto que a mãe tirou hoje – tinha de acalmar a Morena. As horas já iam
bem avançadas e ela não havia meio de parar para dormir. Também…com a avó e os
tios maternos por cá já seria de esperar.
-
Mas essas não prestam! – ri-me à gargalhada e ela olhou-me – quero ver as dos
fofinhos!
-
Então espera lá – voltei a olhar para a fotografia que a Ania tinha partilhado
nas redes sociais e…acho que é das mais bonitas que tenho com a Morena.
Não há amor maior do que aquele que
sinto por vocês, meus amores. Obrigada por fazerem de mim uma mulher melhor.
|
Passei
o telemóvel para as mãos da Morena, para que ela pudesse ver as fotografias que
estavam na galeria do telemóvel. Estávamos os dois sozinhos no quarto, a Ania
estava com a mãe e o Lucas no andar debaixo enquanto o Martin e a Romina já
tinham ido para sua casa.
-
Precisas de fazer ó-ó, nena.
-
Já?
-
Sí. Já é muito de noite.
-
Não quero.
-
Então e se eu te contar uma história? – ela olhou-me, entregando-me o
telemóvel.
-
Pode ser.
-
Então vá, deita aqui – ela encostou a cabeça no meu peito, metendo a chucha na
boca – então, era uma vez uma cinderela.
-
Essa eu sei! – disse depois de tirar a chucha, olhando-me quase zangada.
-
Não, não. É diferente, eu prometo – ela, muito desconfiada, voltou a deitar-se
– então esta Cinderela, era uma menina que sempre teve dois pais muito
bonzinhos, três irmãos e assim se tornou a princesa da casa. O seu pai, um
senhor com ar de resmungão, tinha uma equipa de futebol.
-
Papu! – ela olhou-me, continuando com a chucha – tás a inventar!
-
Não, não estou. A história é a sério. Sabes, o pai da Cinderela queria que a
filha demorasse muito tempo até arranjar um namorado. Mas ela, sem perceber,
apaixonou-se por um menino que jogava na equipa do pai.
-
E o pai trancou-a em casa?
-
Mais ou menos. O pai da cinderela não queria que ela namorasse com o menino,
não queria mesmo. Só que, num dia, a Cinderela estava muito, muito doentinha e
foi o menino que a levou ao médico.
-
Ela tinha o quê?
-
Então…a Cinderela tinha um feijãozinho na barriga, um bebé. Tu sabes como é, a
mãe já te explicou.
-
Sim. Era um bebé do menino?
-
Não. Era de um outro menino que a Cinderela não gostava. Ela ficou muito
triste, chorou porque não queria mesmo aquele bebé mas ele acabou por não
nascer.
-
Tadinho. E depois?
-
Depois…o menino andou às escondidas em casa da Cinderela para a ajudar a dormir
e a ficar mais feliz. Só que a mãe da Cinderela soube…
-
E foi contar ao pai? – ela esbugalhou os olhos e eu acabei por me rir.
-
Não, não. Foi a Cinderela que contou. O pai ficou zangado, muito mesmo. Mas
depois o menino falou com ele e o pai da Cinderela acabou por deixá-lo namorar
com a Cinderela.
-
E eles tiveram um casamento?
-
Só mais tarde. Eles continuam a namorar, dão muitos beijinhos e começaram a viver
juntos – ela esfregava os olhos, deitada a meu lado e já mesmo cheinha de sono
– eles têm um castelo, com piscina e um jardim cheio de flores. E nesse castelo
vive a Cinderela, o seu menino…
-
É príncipe, papu.
-
Sim, o príncipe…e a sua bebé.
-
Como é que tu sabes essa história? A mami nunca contou!
-
Se calhar a mãe estava a pensar contar-te noutra altura…fecha os olhos, meu
amor. Tens de fazer ó-ó.
-
Não há mais história deles?
-
Há. Mas eu conto-te amanhã – ela fechou os olhos, mantendo-se agarrada ao meu
polegar – eu amanhã conto-te a história da Cinderela mais linda do mundo.
-
Tu viste-a?
-
Vi. Mas só te posso dizer quem é se prometeres segredo.
-
Pometo.
-
A Cinderela é a tua mami – por detrás da chupeta da Morena, um sorriso
formou-se nos lábios da minha filha ao ouvir o que lhe acabei de dizer. Não lhe
estava a contar daquelas histórias ficcionadas, criadas por grandes autores com
direito a grandes filmes. Estava, apenas, a contar-lhe a história que mais
feliz me faz.
Bastaram
uns minutos em silêncio para ela adormecer e agora ninguém a acordava. Se há
algo de bom desde que ela estabilizou o seu sono, é que basta adormecer que
podemos até pôr música que ela não acorda. Coloquei-a no berço do quarto dela,
voltando para o andar debaixo. Continuavam os três na sala, a Ortencia e o
Lucas sentados no sofá maior e a Ania na poltrona.
-
Ainda bem que chegaste – pela voz dela, dava para perceber que estaria,
provavelmente, aliviada pela minha presença. Aproximei-me dela, sentando-me
sobre o braço do cadeirão.
-
Aconteceu alguma coisa?
-
Não… - ela olhou-me, procurando a minha mão. Agarrou-a com as suas duas mãos –
só que…sinto-me melhor contigo por perto para ouvir o Lucas – ela olhou para o
irmão. Eles estiveram à minha espera para falarem? Acho que consigo perceber o
porquê.
-
Eu sei que não te posso pedir desculpa – realmente não podes…mesmo que isso
seja um bom começo – seria pedir demais para o que te fiz. Eu vivo desde aquele
dia assombrado por algo que eu não entendia o que era. Desde que saí da prisão
que tenho andado no psicólogo…e tenho andado a conhecer melhor o que se passou
comigo para ter feito o que fiz a duas pessoas. Desde que nasceu o Martin,
desde que tu nasceste…eu nunca me dei conta disso mas o que eu queria era fazer
as coisas para parecer o maior. Eu não sou o mais velho dos teus irmãos, mas
tive esta atitude quando vocês dois nasceram – a Ortencia olhava-o atenta, até
com as suas lágrimas a escorrerem-lhe pela cara. Já a Ania estava bastante
atenta ao que o irmão lhe dizia, com um sorriso nos lábios e tranquila como eu
não esperava vê-la – eu sei que nada justifica o que fiz. Mas eu tenho 26 anos
e soube, depois de repetir o que te fiz, que precisava de ajuda. Porque eu
voltei a fazê-lo exatamente pelas mesmas razões. Bastou uma aposta, uma boca de
que eu não seria capaz de sair do bar com aquela rapariga para algo dentro de
mim…se desligar e o monstro que eu fui sair ao de cima. Eu não consigo imaginar
o que aquela rapariga sentiu e sente, muito menos o que tu sentes, Ania – ela
segurava a minha mão com uma força natural, nada de muita força que a fizesse
estar mais ansiosa. O Lucas tinha as suas mãos entrelaçadas uma na outra, o
olhar bem fixo no da Ania e era visível a perturbação no seu rosto – eu sei que
estraguei a vida a duas pessoas, eu sei que…poderia vir a estragar muitas mais,
mas eu quero mudar. A conversa que estou a ter contigo, gostaria de ter com a
outra rapariga mas eu não sei quem ela é…eu não quero o vosso perdão, não
espero que uma conversa vos faça esquecer tudo…mas só iria conseguir avançar
com a minha terapia depois de falar contigo. Tu, que és minha irmã, eras quem
merecia esta conversa. Merecias ouvir da minha boca dizer que fui um monstro,
que têm sido anos horríveis e que sinto muito todo o sofrimento que te causei.
A
Ania respirou fundo. Mantinha-se bastante tranquila e tinha agora todos os
olhos postos nela. Não sei se ela conseguirá dizer alguma coisa, este é o
assunto que mais mexe com o seu passado, que mais a deixa desconfortável. É o
assunto que nem eu mesmo consigo falar com ela. E eu sei que ela sofre com ele
todos os dias.
-
Eu não sei se estaria preparada para este dia. Nós já tínhamos falado, eu até
consegui esquecer por algum tempo o que se tinha passado – surpreendentemente
as palavras saiam-lhe da boca como se este assunto fosse bastante natural – mas
depois de saber o que fizeste a outra rapariga…todos aqueles sentimentos
daquela noite me assombraram de novo. Eu engravidei de ti…eu abortei de algo
que resultou daquela noite. Talvez por isso eu também tenha tantos problemas em
engravidar hoje em dia. De certeza que não foi apenas pelo tiro que levei… -
não sabia que ela pensava nestas coisas. É claro que o tiro por si só deixou o
útero da Ania muito mais fragilizado…mas também não nos podemos esquecer que
ela abortou – mas eu não te culpo por isso. Aliás, eu não te culpo por nada. Se
não fosses tu, poderia ter sido um outro homem qualquer. E eu não posso viver
com esse sentimento quando consegui refazer a minha vida da melhor forma que
consegui. Eu sou feliz, posso parecer uma miúda frágil…mas é porque até o sou.
Eu perdi uma filha que seria uma irmã para a Morena, mas casei com o homem mais
homem do mundo. Eu casei com o melhor homem do mundo, o homem que nenhum outro
vai sequer chegar aos seus calcanhares – ela olhou-me, deixando-me mesmo sem
palavras. Apenas lhe consegui sorrir, beijando-lhe a testa – eu vou ser feliz,
mais do que já fui e daquilo que sou hoje – olhou para o irmão outra vez,
encolhendo os olhos – apenas não olhando para ti como olhei até aos meus 20
anos.
-
E eu aceito isso.
-
Tu eras um irmão mais velho que eu via que me iria proteger. Hoje és apenas um
irmão mais velho…que não o fez, bem pelo contrário. Mas eu não vivo presa a
isso, disso não tenhas dúvidas.
-
Eu só quero que sejas feliz, Ania. Muito feliz mesmo, com a família bonita que
estás a construir. E espero mesmo que todos os problemas que tens tido em ter
bebés…sejam ultrapassados quando procurares ter um irmão para a Morena.
-
Eu também. E sei que isso vai acontecer porque, quanto menos pensamos mais
fácil se torna – ela encostou a cabeça no meu braço, ficando apenas ali.
Sossegadinha e com um sorriso nos lábios.
Ninguém
se atreveu a dizer mais nada. Ficamos ali os quatro, ela acabou por se sentar
nas minhas pernas e estava mesmo quase a dormir quando a mãe a beijou na
bochecha para ir dormir.
-
Como é que estás? – perguntei-lhe, vendo-a fechar os olhos novamente.
-
Tranquila.
-
Fico feliz por isso…e assim já posso acrescentar um capítulo na história da
Cinderela mais linda do mundo para contar à Morena – ela olhou-me muito
depressa.
-
Que estás aí a dizer?
-
Comecei a contar-lhe a tua e a nossa história. Tu enquanto Cinderela, claro.
Ela sabe que és tu, que sou eu e a bebé é ela…mas é uma história linda para
contarmos à Morena antes de dormir.
-
Tu não és deste mundo – beijou-me sem qualquer pressa, ficando ali comigo
enquanto quis.
O
dia de hoje não poderia ter começado melhor mas também acabou ainda melhor.
Hoje foi o dia em que tive a certeza que as coisas estão definitivamente a
melhor na nossa relação, nas nossas vidas e, sobretudo, na Ania enquanto
pessoa, enquanto mulher, mãe e minha esposa.
Olá meninas!
Cá vos trago mais um capítulo! Espero que gostem pois foi um dos últimos que mais gostei de escrever, dado que tudo se começa a acertar na vida do casal. Fico a aguardar pelos vossos comentários.
Muitos beijinhos,
Ana Patrícia.