- Então é mesmo verdade que ela voltou... – Marcos percebeu que Mónica ainda desconfiava da presença de Ania em Lisboa – juro que pensava que era brincadeira.
- Eu já tinha dito...e tu insistias.
- É a Mónica? – Ania colocou-se ao lado de Marcos, olhando de alto a baixo para Mónica – não a imaginava assim... – Marcos riu-se, encostando-se ao carro. Olhava para Ania que mantinha o seu olhar preso ao de Mónica.
- Ania é a Mónica sim – Marcos falou, fazendo com que Ania olhasse para ele.
- Juro-te que não a imaginava assim.
- Eu, se calhar, vou lá para dentro. Até amanhã, Marcos – Ania voltou a olhar para ela, vendo-a virar costas.
- Mónica, espere – a rapariga acabou por se virar para Ania, olhando ela, desta vez, de alto a baixo para Ania – percebo que seja nova aqui, que se queira incluir dentro do núcleo...mas tente procurar homens descomprometidos. Fica-lhe muito mal andar a fazer-se a homens casados, pais de família e, sobretudo ao meu Marcos.
- Até parece que eu cometi algum crime para estar a ouvir isto – Ania riu-se, aproximando-se um pouco de Mónica.
- Se eu bem conheço a maior parte dos jogadores com quem “trabalha” – Ania fez questão de levantar as suas mãos, fazendo o gesto das aspas – muitos são aqueles que já lhe tiraram a pinta toda.
- E que pinta é essa?
- Podem ver a rapariga que trabalha com eles, mas também devem ver uma sem vergonha e atiradiça a andar atrás de tudo o que mexe.
- Eu não lhe admito...
- Se não o quê? Parte para a violência?
- Meninas, vá – Marcos aproximou-se de Ania, abraçando-a por trás. Levou as suas mãos à barriga da mulher, afastando-a um pouco – não precisam de estar assim.
- Não precisamos? Ela faz-se a ti todos os dias, já te beijou e queres que eu não reaja?
- Alguém está muito insegura – Ania olhou para Mónica, arqueando a sobrancelha. Levou as suas mãos às de Marcos, sorrindo.
- Estou muito insegura, sim. Mas é em relação ao que fazer para o jantar. Não sei se será melhor carne ou peixe – Ania sentiu Marcos encostar a sua cabeça na dela e sabia que ele se ria. Mónica, durante alguns segundos, parecia querer responder a Ania. Acabou por não o fazer, dando meia volta e entrou na academia – juro-te, esta miúda pensa que é grande coisa – virou-se para Marcos, constatando que ele se ria – aposto que estás todo animado com a possível ideia de ver duas gajas à porrada por ti.
- Olha que era bem engraçado. Juro-te que era!
- E tu tens parafusos a menos nessa cabeça – Ania levou as suas mãos às costas de Marcos, dando-lhe um curto beijo nos lábios – ela é feia, Marcos.
- Ania! Tu não eras assim!
- Assim como?
- Não dizias mal das pessoas...
- Não me digas, desiludi-te? – Ania fingia estar surpreendida mas os dois acabaram por se rir – ela é mesmo estranha, Marcos. O nariz dela não é proporcional na cara e o lábio superior é mais cheio que o inferior. Será que fez enchimento?
- Eu tinha tantas saudades dessas tuas teorias, gordita – levando as suas mãos ao pescoço de Ania, Marcos beijou-a com toda a calma que já lhe era característica.
- Olhem as poucas vergonhas, meninos! – Ania desconhecia aquele que os tinha interrompido – até amanhã, mano!
- Se cuida, Mau – Ania olhou, de forma muito estranha para Marcos...percebeu que o marido tentava falar algo muito parecido ao português. A cara de Ania foi algo que não passou despercebido a Marcos – ele é brasileiro, cinco estrelas e ando a aprender brasileiro com ele.
- Ele chama-se...Mau?
- Não. É Maurício, o rapaz é mesmo cinco estrelas, Ania. Tens de o conhecer.
- Pois, estou a perceber que há pessoas novas...
- Com o inicio da época vieram uns novos...é o Maurício, o Slimani, o Iván, o William e mais uns quantos.
- Não me parecem portugueses, ou brasileiros, esses últimos.
- O William é. Um rapaz formidável, Ania. Também o tens de conhecer!
- Muito bem, agora vamos embora?
- Vamos, vamos mas...o que é que tu vieste mesmo cá fazer?
- Conhecer a Mónica – Marcos franziu o nariz, fazendo com que Ania se risse e lhe tocasse na ponta do nariz com os lábios – pensavas que eu ia deixá-la fazer-se a ti sem a conhecer?
- Muito bem, muito bem. a proteger o seu homem de unhas alheias...
- Se não for eu a proteger eras livre que nem um passarinho, Marcos! – Ania agarrou-o pela mão, indo até ao seu carro – e acabei por te vir buscar também...vires de boleia com o André não é boa ideia.
- Porque?
- Ele acaba sempre por se atrasar, ainda mais, para estar com a Iara. E eles precisam de dias sem ti. Sem os chateares, fofo – Marcos, rodeando a cintura de Ania com os seus braços, levantou-a no ar rodopiando sobre o seu corpo – tu põe-me já no chão!
- Oh gordita mais boa! – Marcos insistia em rodopiar Ania no ar que, ao fim de um bocado, acabou por relaxar e rir-se que nem uma doida – te quiero, te quiero tanto! – colocou-a no chão, olhando fixamente para ela.
- Estás completamente apanhado dessa cabeça.
- Estou. Porque tu voltaste e me deixas mais feliz do que nunca! – Ania beijou-o, abrindo a porta do carro.
- Te quiero mucho pero...va, va. Estão todas à nossa espera.
- Para quê? – Marcos entrou para o carro e Ania acabou por ir para o lugar do condutor.
- As nossas mães vão embora.
- Já?
- Pois...também achei estranho. Sempre pensei que fossem ficar mais uns dias – Ania começou a conduzir em direcção da sua casa – mas elas estão decididas a ir. A minha mãe até disse que era altura de sairmos debaixo das saias das mães.
- Ania! Elas não podem ir embora!
- Olha...porquê?
- Porque eu não me sinto preparado... – Ania, aproveitando que estava parada no sinal vermelho, olhou para Marcos.
- Como assim não te sentes preparado?
- Oh...eu sempre as tive comigo, quando não sabia o que fazer eram elas que me ajudavam com a More e...agora vão embora assim. De um dia para o outro.
- Eu entendo que te custe. Imagino mesmo que o apoio delas tenha sido brutal mas, Marcos – Ania agarrou a mão do marido, puxando-a para a sua perna – eu agora estou contigo. Posso ainda não estar a 100%, mas eu prometo-te que serei a tua maior companheira e o maior apoio agora que elas vão embora. Eu sei a teoria dos bebés...
- Então, prometes que, enquanto não conseguires fazer toda a prática, me ajudas?
- Claro, Marcos. É claro que ajudo. Somos os dois pais dela...mesmo que eu não pareça muito – Ania baixou o olhar, ouvindo uma buzinadela que a sobressaltou. O sinal tinha ficado verde. Pediu desculpa ao condutor detrás, seguindo viagem.
- Tu pareces muito a mami dela, sabes? – Ania olhou-o de esguelha – vocês são parecidas e gostam demasiado uma da outra. Eu sei disso melhor que vocês mesmas.
- Eu acho é que tu és mais babado que tudo...
- Podes acreditar que sou mesmo.
A viagem não demorou muito mais até chegarem a casa. Quando entraram na mesma, depararam-se com as malas das suas mães. Estavam mesmo prontas para ir embora.
- Correu bem? – perguntava Iara.
- Primeira noite sozinhos com ela...foi estranho, Iara – respondia Ania, sentando-se ao lado dela – ou melhor...eu sozinha com eles.
- Mas...como é que foi?
Ania rodou o seu corpo para ficar de frente para Iara recordando a noite passada.
- Marcos Rojo! – chamou Ania, na sala, esperando que Marcos descesse ao andar debaixo já que tinha ido ao quarto.
- O que é que eu fiz? – perguntou ele, descendo as escadas.
- Nada.
- Então... – Marcos chegou à sala, deparando-se com Ania a tentar embalar Morena.
- Ela não está a adormecer. E já ando com ela assim desde que subiste.
- Experimenta mexer-lhe nas orelhas e embalá-la – Marcos sentou-se no sofá, olhando para Ania.
A rapariga, por alguns segundos, ficou a olhar para Marcos mas acabou por fazer o que ele lhe disse. Caminhou com Morena pela sala, mexendo-lhe nas orelhas. Via que a filha começava a fechar os olhos e sorriu. Sentou-se ao lado de Marcos, com cuidado, não despertando Morena.
- É este o truque?
- Nem mais.
- Para primeira noite isto está a correr bem, no?
- Está, sim senhora mamacita.
- E pronto, dormiu o resto da noite – finalizou Ania.
- Estão no bom caminho – Iara agarrou a mão de Ania, olhando-a – vai correr tudo bem, Ania.
- Ania! – Marcos interrompeu-as, agarrando na mão disponível de Ania – anda, tens de conhecer o Maurício e o William.
- Agora?
- Sim, oh! Eles chegaram – disse apontando para os tais rapazes. Ania levantou-se e caminhou, lado a lado, com o marido – Mau, William esta é a Ania. A minha mulher. Gordita, é o Maurício e o William.
- Olá – cumprimentou os dois, voltando para junto de Marcos – para o Marcos só falar bem de vocês...calculo que passem algum tempo com ele. É preciso paciência, não é? – os dois riram-se.
- Muita paciência – respondeu Maurício.
- Então mas ele falou bem de nós? – questionou William.
- Ela não sabe o que diz – interpelou Marcos – está só a inventar coisas. Achas mesmo que eu alguma vez ia dizer coisas boas sobre vocês?
- Ias sim! Disseste que o Maurício era cinco estrelas e o William formidável – todos se riram e Marcos acabou por confessar que tinha dito tal coisa – eu vou ver da Morena – avisou Ania, afastando-se deles.
Marcos observou-a enquanto subia as escadas. Começava a reparar que Ania queria ser ela a tomar as iniciativas no que diz respeito a Morena, reparava que, desde que as suas mães se tinham ido embora, Ania começava a ser mais espontânea, mais livre em relação à filha.
- Como é que está a ser? – perguntou Maurício, despertando Marcos.
- É estranho – disse Marcos, olhando para eles – ela está diferente do que era, está mais solta e brincalhona do que o normal. Passamos por uma fase muito complicada...eu pensei que ela voltasse mais tarde, sinceramente.
- E com a menina? – questionou William – como é que ela fica ao pé dela?
- Tem os seus momentos...e depende muito do estado de espírito da Ania.
- Quem mudou de estado de espírito foste tu – William riu-se perante a afirmação de Maurício.
- Não sei o que é que vocês estão para aí a pensar ou insinuar! – Marcos sabia e acabou por se rir também.
Enquanto isso, Ania mantinha-se sentada no fundo da sua cama olhando para o berço de Morena. A menina dormia descansada, tranquila e como se nada se passasse à sua volta. Ania via, naquele momento, a filha com um brilho diferente e parecia estar a sorrir.
- Ei... – com um tom de voz muito baixo, André conseguiu assustar Ania naquele silêncio do seu quarto. Olhou para o namorado de Iara, fazendo-lhe sinal para que entrasse – desculpa, cunhada emprestada, não te queria assustar.
- Mas assustas-te ó esperto – os dois falavam baixo e Ania voltou a direccionar o seu olhar para Morena.
- Está...tudo bem? – André fazia aquela pergunta um pouco a medo. Achava que, naquele momento, Ania não estava a mesma que tinha visto na sala: animada e bem-disposta.
- Eu não sei, André – Ania falou sem medo, sem pensar. Falou aquilo que lhe ia pela cabeça, o que lhe ia pelo coração e pelo seu estado de espírito – eu própria não sei se está tudo bem.
- Como é que não sabes? – André encostou-se à cómoda que estava à frente de Ania, cruzando os braços. Enquanto ele a olhava, Ania mantinha o seu olhar preso em Morena.
- Olha, André, não sabendo – mesmo falando baixo, deu para André perceber que havia uma certa frustração na voz de Ania – não sei se estou bem, não sei o que quero e...não sei como é que me sinto em relação a ela. Sinto-me uma autêntica confusão.
- Eu bem que estava na dúvida se devia entrar ou não... – Ania olhou-o, estranhando aquela afirmação – eu não sou muito bom com conselhos para essas coisas, sim?
- Tu nem para dar conselhos de como se joga à bola serves, Andrézito.
- Olha, não admito insultos!
- Sabes bem que eu estou a brincar...
- Sim, eu sei. Ouve – André aproximou-se de Ania, baixando-se. Ania riu-se, sabia que ele não iria aguentar muito tempo assim...e pronto, ajoelhou-se – tenho muita fadiga muscular para estar naquela posição.
- Tu, se não nascesses, tinhas de ser inventado por um extraterrestre qualquer.
- E não era uma bela invenção? Diz lá que não sou o melhor cunhado que tens?
- Não sejas tão convencido que te fica mal, André. E, de rapazes, só tenho o Franco...comparar-vos é difícil.
- Eu sei, não queres desfazer no irmão do teu marido – Ania riu-se, sentido a mão de André agarrar a sua – ouve, eu posso não ter muito jeito para estas coisas mas, qualquer coisa que precises, tens-me a mim e à Iara para o que precisares. Eu sei que todos me vêem quase como o palhaço daqui mas...eu também sei levar as coisas a sério – Ania ouvia-o com muita atenção...ver outra faceta de André era, no mínimo, surpreendente – acredito que a adaptação a esta nova fase seja difícil, mas as coisas estão a compor-se, Ania. Desde que chegaste, o Marcos anda mais feliz e com esperança. Tu mesma estás empenhada em construir uma relação com ela...não podes ter medo, miúda.
- Olha...
- Eu sei, isto é surpreendente e não me imaginavas a dizer estas coisas. Mas eu sei ver as coisas e perceber quando é que vocês estão bem e mal. E, se contares isto a alguém, eu nego! – Ania riu-se e os dois foram interrompidos pelo choro de Morena – olha quem acordou! – André afastou-se de Ania, deixando-se estar sentado no chão.
Naquele momento, Ania sentiu o seu corpo tremer da cabeça aos pés e ficar com a sensação que lhe estariam a arrancar um pedaço de si, à medida que o choro de Morena se intensificava. Levantou-se, indo na direção da filha. Tocou-lhe na orelha direita, esperando contribuir para que o choro diminuísse. E assim foi. Sorriu. Sentia-se quase como se tivesse vencido algo. Como se fosse uma pequena vitória aquele momento.
- Queres ir para baixo com ela...ou vou eu e ficam aqui? – perguntou André, já em pé.
- Sim, vamos para baixo – Ania, olhou para Morena durante alguns segundos, como que procurando aquela força interior para a pegar ao colo. Demorou menos do que o habitual...pegou em Morena ao colo e começaram a sair do quarto.
- Olha para isso! É uma fofura a minha afilhada – André fez Ania parar para conseguir dar um beijo na bochecha de Morena – está tudo bem?
- Está, André e...obrigada.
- De nada. Mas, já sabes, eu nego tudo – os dois riram-se e desceram até à sala.
- Olha quem são eles! – disse Marcos que chegava à sala naquele momento – não me digas que o André acordou-a...
- Achas, oh parvo! Deves pensar que eu não sei tomar conta de um bebé!
- Olha, bem podias começar a pensar em fazer um – atirou Ania, fazendo com que André olhasse para ela muito sério – não olhes assim para mim. qualquer dia acabam-se os teus espermatozóides e não há bebé para ninguém.
- Treino com a minha afilhada!
- Ai é? – Ania chegou perto dele, entregando-lhe Morena para os braços – ela precisa de biberão e depois, talvez, de mudar a fralda!
- Estás a brincar comigo, certo?
- Não André, não está – respondeu-lhe Marcos dando-lhe uma palmada nas costas – podes começar a chamar reforços.
- Ania, o biberão está feito?
- Não, André – Ania riu-se – vá, eu vou atrás de ti e tu podes chamar os reforços que quiseres.
- É? Mau! – André assobiou, depois de chamar Maurício – vem cá! – o rapaz, passado algum tempo, chegou perto deles – preciso da tua ajuda.
- Para quê?
- Tu já tens uns quantos filhos percebes disto...biberão e trocar fraldas.
- Oh, oh isso não vale – interrompeu Ania – ele sabe fazer as coisas, tem de ser outro.
- Mas ele não pode ficar ao pé? Só para dar dicas?
- Vá, pode...achas que te safas?
- Claro – os três começaram a caminhar em direcção da cozinha – o que é que leva o biberão? É só leite? Aqueço no microondas?
- Nossa, André! – Maurício riu-se, assim como Ania – nota-se bem que nunca deves ter tomado conta de um bebé. Primeiro tens de ferver a água, depois misturar o leite em pó e arrefecer a água até não te queimar na mão.
- Então não é preciso ferver! Para que é que vai ferver a água se depois tem de arrefecer?
- Porque, se não fizeres isso, o leite não dissolve como deve ser. Eu te ajudo – Maurício olhou para Ania que lhe acenou que sim com a cabeça – me dá a muleca e trata da situação.
- Ai é essa a tua ajuda? – Ania ria-se, à medida que André entregava Morena a Maurício – vou chamar o William.
André saiu da cozinha, voltando pouco depois com William. aquela cozinha, à medida que iam preparando o biberão, começava a ficar uma confusão. Haviam tachos espalhados (que, supostamente, seriam para ferver a água), havia mais que um biberão na bancada todos eles com doses diferentes de leite em pó. Quando, finalmente, o leite estava feito e arrefecido, foi André quem deu a Morena.
- Não correu assim tão mal... – comentou William – aquilo podia vir era já feito.
- É que é mesmo! Em vez de leite em pó ser mesmo leite...digo eu – concordou André – e agora?
- Agora esperamos que ela acabe o leite, esperasse que ela arrote...
- E se ela deita fora algum bocado de leite? – interrompeu André a explicação de Ania.
- Vais cheirar a leite azedo! – atirou William.
- Oh cala-te – olhou para Maurício e para Ania que se riam – é verdade?
- É capaz. Mas ela não costuma bolçar.
A parte do arroto correu bem. seguia-se a parte da troca da fralda e, quase como se fosse uma excursão, foram todos até ao quarto de Morena. André deitou-a no sitio onde seria para trocar a fralda, esfregando as mãos.
- Como é que se começa?
- Eu já tinha dito...e tu insistias.
- É a Mónica? – Ania colocou-se ao lado de Marcos, olhando de alto a baixo para Mónica – não a imaginava assim... – Marcos riu-se, encostando-se ao carro. Olhava para Ania que mantinha o seu olhar preso ao de Mónica.
- Ania é a Mónica sim – Marcos falou, fazendo com que Ania olhasse para ele.
- Juro-te que não a imaginava assim.
- Eu, se calhar, vou lá para dentro. Até amanhã, Marcos – Ania voltou a olhar para ela, vendo-a virar costas.
- Mónica, espere – a rapariga acabou por se virar para Ania, olhando ela, desta vez, de alto a baixo para Ania – percebo que seja nova aqui, que se queira incluir dentro do núcleo...mas tente procurar homens descomprometidos. Fica-lhe muito mal andar a fazer-se a homens casados, pais de família e, sobretudo ao meu Marcos.
- Até parece que eu cometi algum crime para estar a ouvir isto – Ania riu-se, aproximando-se um pouco de Mónica.
- Se eu bem conheço a maior parte dos jogadores com quem “trabalha” – Ania fez questão de levantar as suas mãos, fazendo o gesto das aspas – muitos são aqueles que já lhe tiraram a pinta toda.
- E que pinta é essa?
- Podem ver a rapariga que trabalha com eles, mas também devem ver uma sem vergonha e atiradiça a andar atrás de tudo o que mexe.
- Eu não lhe admito...
- Se não o quê? Parte para a violência?
- Meninas, vá – Marcos aproximou-se de Ania, abraçando-a por trás. Levou as suas mãos à barriga da mulher, afastando-a um pouco – não precisam de estar assim.
- Não precisamos? Ela faz-se a ti todos os dias, já te beijou e queres que eu não reaja?
- Alguém está muito insegura – Ania olhou para Mónica, arqueando a sobrancelha. Levou as suas mãos às de Marcos, sorrindo.
- Estou muito insegura, sim. Mas é em relação ao que fazer para o jantar. Não sei se será melhor carne ou peixe – Ania sentiu Marcos encostar a sua cabeça na dela e sabia que ele se ria. Mónica, durante alguns segundos, parecia querer responder a Ania. Acabou por não o fazer, dando meia volta e entrou na academia – juro-te, esta miúda pensa que é grande coisa – virou-se para Marcos, constatando que ele se ria – aposto que estás todo animado com a possível ideia de ver duas gajas à porrada por ti.
- Olha que era bem engraçado. Juro-te que era!
- E tu tens parafusos a menos nessa cabeça – Ania levou as suas mãos às costas de Marcos, dando-lhe um curto beijo nos lábios – ela é feia, Marcos.
- Ania! Tu não eras assim!
- Assim como?
- Não dizias mal das pessoas...
- Não me digas, desiludi-te? – Ania fingia estar surpreendida mas os dois acabaram por se rir – ela é mesmo estranha, Marcos. O nariz dela não é proporcional na cara e o lábio superior é mais cheio que o inferior. Será que fez enchimento?
- Eu tinha tantas saudades dessas tuas teorias, gordita – levando as suas mãos ao pescoço de Ania, Marcos beijou-a com toda a calma que já lhe era característica.
- Olhem as poucas vergonhas, meninos! – Ania desconhecia aquele que os tinha interrompido – até amanhã, mano!
- Se cuida, Mau – Ania olhou, de forma muito estranha para Marcos...percebeu que o marido tentava falar algo muito parecido ao português. A cara de Ania foi algo que não passou despercebido a Marcos – ele é brasileiro, cinco estrelas e ando a aprender brasileiro com ele.
- Ele chama-se...Mau?
- Não. É Maurício, o rapaz é mesmo cinco estrelas, Ania. Tens de o conhecer.
- Pois, estou a perceber que há pessoas novas...
- Com o inicio da época vieram uns novos...é o Maurício, o Slimani, o Iván, o William e mais uns quantos.
- Não me parecem portugueses, ou brasileiros, esses últimos.
- O William é. Um rapaz formidável, Ania. Também o tens de conhecer!
- Muito bem, agora vamos embora?
- Vamos, vamos mas...o que é que tu vieste mesmo cá fazer?
- Conhecer a Mónica – Marcos franziu o nariz, fazendo com que Ania se risse e lhe tocasse na ponta do nariz com os lábios – pensavas que eu ia deixá-la fazer-se a ti sem a conhecer?
- Muito bem, muito bem. a proteger o seu homem de unhas alheias...
- Se não for eu a proteger eras livre que nem um passarinho, Marcos! – Ania agarrou-o pela mão, indo até ao seu carro – e acabei por te vir buscar também...vires de boleia com o André não é boa ideia.
- Porque?
- Ele acaba sempre por se atrasar, ainda mais, para estar com a Iara. E eles precisam de dias sem ti. Sem os chateares, fofo – Marcos, rodeando a cintura de Ania com os seus braços, levantou-a no ar rodopiando sobre o seu corpo – tu põe-me já no chão!
- Oh gordita mais boa! – Marcos insistia em rodopiar Ania no ar que, ao fim de um bocado, acabou por relaxar e rir-se que nem uma doida – te quiero, te quiero tanto! – colocou-a no chão, olhando fixamente para ela.
- Estás completamente apanhado dessa cabeça.
- Estou. Porque tu voltaste e me deixas mais feliz do que nunca! – Ania beijou-o, abrindo a porta do carro.
- Te quiero mucho pero...va, va. Estão todas à nossa espera.
- Para quê? – Marcos entrou para o carro e Ania acabou por ir para o lugar do condutor.
- As nossas mães vão embora.
- Já?
- Pois...também achei estranho. Sempre pensei que fossem ficar mais uns dias – Ania começou a conduzir em direcção da sua casa – mas elas estão decididas a ir. A minha mãe até disse que era altura de sairmos debaixo das saias das mães.
- Ania! Elas não podem ir embora!
- Olha...porquê?
- Porque eu não me sinto preparado... – Ania, aproveitando que estava parada no sinal vermelho, olhou para Marcos.
- Como assim não te sentes preparado?
- Oh...eu sempre as tive comigo, quando não sabia o que fazer eram elas que me ajudavam com a More e...agora vão embora assim. De um dia para o outro.
- Eu entendo que te custe. Imagino mesmo que o apoio delas tenha sido brutal mas, Marcos – Ania agarrou a mão do marido, puxando-a para a sua perna – eu agora estou contigo. Posso ainda não estar a 100%, mas eu prometo-te que serei a tua maior companheira e o maior apoio agora que elas vão embora. Eu sei a teoria dos bebés...
- Então, prometes que, enquanto não conseguires fazer toda a prática, me ajudas?
- Claro, Marcos. É claro que ajudo. Somos os dois pais dela...mesmo que eu não pareça muito – Ania baixou o olhar, ouvindo uma buzinadela que a sobressaltou. O sinal tinha ficado verde. Pediu desculpa ao condutor detrás, seguindo viagem.
- Tu pareces muito a mami dela, sabes? – Ania olhou-o de esguelha – vocês são parecidas e gostam demasiado uma da outra. Eu sei disso melhor que vocês mesmas.
- Eu acho é que tu és mais babado que tudo...
- Podes acreditar que sou mesmo.
A viagem não demorou muito mais até chegarem a casa. Quando entraram na mesma, depararam-se com as malas das suas mães. Estavam mesmo prontas para ir embora.
- Correu bem? – perguntava Iara.
- Primeira noite sozinhos com ela...foi estranho, Iara – respondia Ania, sentando-se ao lado dela – ou melhor...eu sozinha com eles.
- Mas...como é que foi?
Ania rodou o seu corpo para ficar de frente para Iara recordando a noite passada.
- Marcos Rojo! – chamou Ania, na sala, esperando que Marcos descesse ao andar debaixo já que tinha ido ao quarto.
- O que é que eu fiz? – perguntou ele, descendo as escadas.
- Nada.
- Então... – Marcos chegou à sala, deparando-se com Ania a tentar embalar Morena.
- Ela não está a adormecer. E já ando com ela assim desde que subiste.
- Experimenta mexer-lhe nas orelhas e embalá-la – Marcos sentou-se no sofá, olhando para Ania.
A rapariga, por alguns segundos, ficou a olhar para Marcos mas acabou por fazer o que ele lhe disse. Caminhou com Morena pela sala, mexendo-lhe nas orelhas. Via que a filha começava a fechar os olhos e sorriu. Sentou-se ao lado de Marcos, com cuidado, não despertando Morena.
- É este o truque?
- Nem mais.
- Para primeira noite isto está a correr bem, no?
- Está, sim senhora mamacita.
- E pronto, dormiu o resto da noite – finalizou Ania.
- Estão no bom caminho – Iara agarrou a mão de Ania, olhando-a – vai correr tudo bem, Ania.
- Ania! – Marcos interrompeu-as, agarrando na mão disponível de Ania – anda, tens de conhecer o Maurício e o William.
- Agora?
- Sim, oh! Eles chegaram – disse apontando para os tais rapazes. Ania levantou-se e caminhou, lado a lado, com o marido – Mau, William esta é a Ania. A minha mulher. Gordita, é o Maurício e o William.
- Olá – cumprimentou os dois, voltando para junto de Marcos – para o Marcos só falar bem de vocês...calculo que passem algum tempo com ele. É preciso paciência, não é? – os dois riram-se.
- Muita paciência – respondeu Maurício.
- Então mas ele falou bem de nós? – questionou William.
- Ela não sabe o que diz – interpelou Marcos – está só a inventar coisas. Achas mesmo que eu alguma vez ia dizer coisas boas sobre vocês?
- Ias sim! Disseste que o Maurício era cinco estrelas e o William formidável – todos se riram e Marcos acabou por confessar que tinha dito tal coisa – eu vou ver da Morena – avisou Ania, afastando-se deles.
Marcos observou-a enquanto subia as escadas. Começava a reparar que Ania queria ser ela a tomar as iniciativas no que diz respeito a Morena, reparava que, desde que as suas mães se tinham ido embora, Ania começava a ser mais espontânea, mais livre em relação à filha.
- Como é que está a ser? – perguntou Maurício, despertando Marcos.
- É estranho – disse Marcos, olhando para eles – ela está diferente do que era, está mais solta e brincalhona do que o normal. Passamos por uma fase muito complicada...eu pensei que ela voltasse mais tarde, sinceramente.
- E com a menina? – questionou William – como é que ela fica ao pé dela?
- Tem os seus momentos...e depende muito do estado de espírito da Ania.
- Quem mudou de estado de espírito foste tu – William riu-se perante a afirmação de Maurício.
- Não sei o que é que vocês estão para aí a pensar ou insinuar! – Marcos sabia e acabou por se rir também.
Enquanto isso, Ania mantinha-se sentada no fundo da sua cama olhando para o berço de Morena. A menina dormia descansada, tranquila e como se nada se passasse à sua volta. Ania via, naquele momento, a filha com um brilho diferente e parecia estar a sorrir.
- Ei... – com um tom de voz muito baixo, André conseguiu assustar Ania naquele silêncio do seu quarto. Olhou para o namorado de Iara, fazendo-lhe sinal para que entrasse – desculpa, cunhada emprestada, não te queria assustar.
- Mas assustas-te ó esperto – os dois falavam baixo e Ania voltou a direccionar o seu olhar para Morena.
- Está...tudo bem? – André fazia aquela pergunta um pouco a medo. Achava que, naquele momento, Ania não estava a mesma que tinha visto na sala: animada e bem-disposta.
- Eu não sei, André – Ania falou sem medo, sem pensar. Falou aquilo que lhe ia pela cabeça, o que lhe ia pelo coração e pelo seu estado de espírito – eu própria não sei se está tudo bem.
- Como é que não sabes? – André encostou-se à cómoda que estava à frente de Ania, cruzando os braços. Enquanto ele a olhava, Ania mantinha o seu olhar preso em Morena.
- Olha, André, não sabendo – mesmo falando baixo, deu para André perceber que havia uma certa frustração na voz de Ania – não sei se estou bem, não sei o que quero e...não sei como é que me sinto em relação a ela. Sinto-me uma autêntica confusão.
- Eu bem que estava na dúvida se devia entrar ou não... – Ania olhou-o, estranhando aquela afirmação – eu não sou muito bom com conselhos para essas coisas, sim?
- Tu nem para dar conselhos de como se joga à bola serves, Andrézito.
- Olha, não admito insultos!
- Sabes bem que eu estou a brincar...
- Sim, eu sei. Ouve – André aproximou-se de Ania, baixando-se. Ania riu-se, sabia que ele não iria aguentar muito tempo assim...e pronto, ajoelhou-se – tenho muita fadiga muscular para estar naquela posição.
- Tu, se não nascesses, tinhas de ser inventado por um extraterrestre qualquer.
- E não era uma bela invenção? Diz lá que não sou o melhor cunhado que tens?
- Não sejas tão convencido que te fica mal, André. E, de rapazes, só tenho o Franco...comparar-vos é difícil.
- Eu sei, não queres desfazer no irmão do teu marido – Ania riu-se, sentido a mão de André agarrar a sua – ouve, eu posso não ter muito jeito para estas coisas mas, qualquer coisa que precises, tens-me a mim e à Iara para o que precisares. Eu sei que todos me vêem quase como o palhaço daqui mas...eu também sei levar as coisas a sério – Ania ouvia-o com muita atenção...ver outra faceta de André era, no mínimo, surpreendente – acredito que a adaptação a esta nova fase seja difícil, mas as coisas estão a compor-se, Ania. Desde que chegaste, o Marcos anda mais feliz e com esperança. Tu mesma estás empenhada em construir uma relação com ela...não podes ter medo, miúda.
- Olha...
- Eu sei, isto é surpreendente e não me imaginavas a dizer estas coisas. Mas eu sei ver as coisas e perceber quando é que vocês estão bem e mal. E, se contares isto a alguém, eu nego! – Ania riu-se e os dois foram interrompidos pelo choro de Morena – olha quem acordou! – André afastou-se de Ania, deixando-se estar sentado no chão.
Naquele momento, Ania sentiu o seu corpo tremer da cabeça aos pés e ficar com a sensação que lhe estariam a arrancar um pedaço de si, à medida que o choro de Morena se intensificava. Levantou-se, indo na direção da filha. Tocou-lhe na orelha direita, esperando contribuir para que o choro diminuísse. E assim foi. Sorriu. Sentia-se quase como se tivesse vencido algo. Como se fosse uma pequena vitória aquele momento.
- Queres ir para baixo com ela...ou vou eu e ficam aqui? – perguntou André, já em pé.
- Sim, vamos para baixo – Ania, olhou para Morena durante alguns segundos, como que procurando aquela força interior para a pegar ao colo. Demorou menos do que o habitual...pegou em Morena ao colo e começaram a sair do quarto.
- Olha para isso! É uma fofura a minha afilhada – André fez Ania parar para conseguir dar um beijo na bochecha de Morena – está tudo bem?
- Está, André e...obrigada.
- De nada. Mas, já sabes, eu nego tudo – os dois riram-se e desceram até à sala.
- Olha quem são eles! – disse Marcos que chegava à sala naquele momento – não me digas que o André acordou-a...
- Achas, oh parvo! Deves pensar que eu não sei tomar conta de um bebé!
- Olha, bem podias começar a pensar em fazer um – atirou Ania, fazendo com que André olhasse para ela muito sério – não olhes assim para mim. qualquer dia acabam-se os teus espermatozóides e não há bebé para ninguém.
- Treino com a minha afilhada!
- Ai é? – Ania chegou perto dele, entregando-lhe Morena para os braços – ela precisa de biberão e depois, talvez, de mudar a fralda!
- Estás a brincar comigo, certo?
- Não André, não está – respondeu-lhe Marcos dando-lhe uma palmada nas costas – podes começar a chamar reforços.
- Ania, o biberão está feito?
- Não, André – Ania riu-se – vá, eu vou atrás de ti e tu podes chamar os reforços que quiseres.
- É? Mau! – André assobiou, depois de chamar Maurício – vem cá! – o rapaz, passado algum tempo, chegou perto deles – preciso da tua ajuda.
- Para quê?
- Tu já tens uns quantos filhos percebes disto...biberão e trocar fraldas.
- Oh, oh isso não vale – interrompeu Ania – ele sabe fazer as coisas, tem de ser outro.
- Mas ele não pode ficar ao pé? Só para dar dicas?
- Vá, pode...achas que te safas?
- Claro – os três começaram a caminhar em direcção da cozinha – o que é que leva o biberão? É só leite? Aqueço no microondas?
- Nossa, André! – Maurício riu-se, assim como Ania – nota-se bem que nunca deves ter tomado conta de um bebé. Primeiro tens de ferver a água, depois misturar o leite em pó e arrefecer a água até não te queimar na mão.
- Então não é preciso ferver! Para que é que vai ferver a água se depois tem de arrefecer?
- Porque, se não fizeres isso, o leite não dissolve como deve ser. Eu te ajudo – Maurício olhou para Ania que lhe acenou que sim com a cabeça – me dá a muleca e trata da situação.
- Ai é essa a tua ajuda? – Ania ria-se, à medida que André entregava Morena a Maurício – vou chamar o William.
André saiu da cozinha, voltando pouco depois com William. aquela cozinha, à medida que iam preparando o biberão, começava a ficar uma confusão. Haviam tachos espalhados (que, supostamente, seriam para ferver a água), havia mais que um biberão na bancada todos eles com doses diferentes de leite em pó. Quando, finalmente, o leite estava feito e arrefecido, foi André quem deu a Morena.
- Não correu assim tão mal... – comentou William – aquilo podia vir era já feito.
- É que é mesmo! Em vez de leite em pó ser mesmo leite...digo eu – concordou André – e agora?
- Agora esperamos que ela acabe o leite, esperasse que ela arrote...
- E se ela deita fora algum bocado de leite? – interrompeu André a explicação de Ania.
- Vais cheirar a leite azedo! – atirou William.
- Oh cala-te – olhou para Maurício e para Ania que se riam – é verdade?
- É capaz. Mas ela não costuma bolçar.
A parte do arroto correu bem. seguia-se a parte da troca da fralda e, quase como se fosse uma excursão, foram todos até ao quarto de Morena. André deitou-a no sitio onde seria para trocar a fralda, esfregando as mãos.
- Como é que se começa?
- Começas por despir a Morena... – André olhou para Ania, arqueando as sobrancelhas – não me olhes assim...até parece que, aquilo que vais ver, nunca viste. É uma bebé!
Todos se riram menos André que, no momento seguinte começou a retirar a roupa de Morena. O processo da troca de fralda, foi todo explicado por Maurício.
- André, parece que estás com nojo de alguma coisa! – atirou Ania.
- Ela tem xixi...
- Mas tu não lhe estás a tocar – interpelou William – agarra na menina como deve ser.
- Oh faz tu isto! – André afastou-se, dando espaço a William que o fizesse. O resultado não foi o melhor e acabaram todos por se rir.
Quem acabou por trocar a fralda foi Maurício já que nenhum dos outros o tinha conseguido fazer como deve ser. Voltaram à sala, todos a rirem.
- Então...? – Marcos aproximou-se de Ania, abraçando-a.
- Isso são saudades?
- São – Marcos olhou-a – como é que eles se safaram?
- Aquele André safou-se bem na parte do biberão, trocar fraldas não é com nenhum deles só com o Maurício – Ania apontava para eles, que se dirigiram ao sofá com Morena – o que é que tens Marcos?
- Como é que sabes...esquece.
- Eu conheço-te, vá.
- Não sei...estou com um pressentimento estranho. Sinto falta de qualquer coisa.
- Era a minha falta, coisa boa. Já estou aqui.
Ania abraçou-o a rir-se. Continuaram a ter uma noite bastante agradável todos não dando conta das horas passarem.
- Marcos, o que é que se passa?
- Eu não sei...mas ela está com falta de ar – Ania chegava ao hospital, vendo Marcos a andar de um lado para o outro – os médicos estão a fazer uns exames. Será que tem alguma coisa a ver com...a gravidez e isso?
Todos se riram menos André que, no momento seguinte começou a retirar a roupa de Morena. O processo da troca de fralda, foi todo explicado por Maurício.
- André, parece que estás com nojo de alguma coisa! – atirou Ania.
- Ela tem xixi...
- Mas tu não lhe estás a tocar – interpelou William – agarra na menina como deve ser.
- Oh faz tu isto! – André afastou-se, dando espaço a William que o fizesse. O resultado não foi o melhor e acabaram todos por se rir.
Quem acabou por trocar a fralda foi Maurício já que nenhum dos outros o tinha conseguido fazer como deve ser. Voltaram à sala, todos a rirem.
- Então...? – Marcos aproximou-se de Ania, abraçando-a.
- Isso são saudades?
- São – Marcos olhou-a – como é que eles se safaram?
- Aquele André safou-se bem na parte do biberão, trocar fraldas não é com nenhum deles só com o Maurício – Ania apontava para eles, que se dirigiram ao sofá com Morena – o que é que tens Marcos?
- Como é que sabes...esquece.
- Eu conheço-te, vá.
- Não sei...estou com um pressentimento estranho. Sinto falta de qualquer coisa.
- Era a minha falta, coisa boa. Já estou aqui.
Ania abraçou-o a rir-se. Continuaram a ter uma noite bastante agradável todos não dando conta das horas passarem.
- Marcos, o que é que se passa?
- Eu não sei...mas ela está com falta de ar – Ania chegava ao hospital, vendo Marcos a andar de um lado para o outro – os médicos estão a fazer uns exames. Será que tem alguma coisa a ver com...a gravidez e isso?
Ania não respondeu. Limitou-se a sentar-se, deixando-se ficar quieta. Tinha saído de casa naquela manhã para ir às compras, aproveitando o facto de Marcos estar de folga. E, ao voltar, recebe a notícia que a sua filha está no hospital. Sentia o seu coração fraquejar e as lágrimas quererem sair-lhe pelos olhos. Era a sua Morena. A sua filha.
Olá meninas!
Aqui têm um capítulo. Fico à espera dos vossos comentários, sim?
Um beijinho.
Ana Patrícia.